Ocorrência de lesões de pele e mucosa associadas a dispositivos médicos em recém-nascidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: FARIA, Maíla Fidalgo de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/729
Resumo: A pele frágil do recém-nascido torna essa população mais propícia a desenvolver lesões. A hospitalização durante o período neonatal potencializa o risco de surgimento de lesões de pele devido aos procedimentos realizados, à mobilidade prejudicada e à utilização de diversos dispositivos médicos, o que torna necessário a elaboração de protocolos para prevenção e tratamento de lesões de pele. Esta pesquisa teve como objetivo geral identificar a ocorrência de lesões de pele e mucosa e fatores associados relacionados ao uso de dispositivos médicos em recém-nascidos hospitalizados. Trata-se de uma pesquisa observacional, longitudinal e quantitativa que ocorreu em uma Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica e Neonatal de um hospital público, de ensino e de grande porte do estado de Minas Gerais. Foram incluídos no estudo todos os recém-nascidos admitidos no setor, independentemente da idade gestacional ao nascer, e que utilizasse no mínimo um dos dispositivos médicos analisados no estudo. Excluíram-se os que possuíam lesão causada por dispositivos médicos prévia à admissão na unidade. Participaram do estudo 85 recém-nascidos (n=85), admitidos no setor durante os meses de fevereiro a agosto de 2018. A superfície corporal foi observada uma vez ao dia até completarem 28 dias de vida ou caso ocorresse alta, óbito ou transferência. Para a coleta de dados, foi utilizada a Escala de Condição da Pele do Recém-Nascido e um instrumento que contemplava as variáveis sobre os dispositivos médicos em uso, materiais utilizados para proteção da pele, sociodemográficas e clínicas. Os dados foram digitados, validados e armazenados no Microsoft Office Excel® e analisados com auxílio do Statistical Package for the Social Sciences®. A pesquisa foi iniciada após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa parecer nº 2.288.994 e assentimento do responsável legal da criança. Dos 85 (n) recém-nascidos avaliados, 52 (61,2%) eram do sexo masculino; 66 (77,6%) nasceram por parto cesáreo; 64 (75,3%) apresentaram bolsa rota por menos de 24horas; 65 (76,4%) eram pré-termo e 29 (34,1%) tinham baixo peso ao nascer. A média do Apgar no 1º minuto de vida foi de 6,84 e no 5º minuto foi de 8,33. Em relação à admissão, 44 (51,8%) dos participantes eram procedentes do bloco cirúrgico e 76 (89,4%)possuíam de 0 a 2 dias de vida. Já no início da coleta de dados 77 (90,6%) possuíam até 7 dias de vida. A média de dias de acompanhamento para avaliação dos recémnascidos foi de 14,94 dias, sendo o mínimo de 1 dia e o máximo de 28 dias. A média de dispositivos utilizados durante o período de coleta de dados foi de 4,67, sendo a sonda orogástrica utilizada por 85 (100%) dos recém-nascidos. Quanto aos materiais utilizados pelo setor como medidas de proteção da pele e mucosa, 76 (89,4%) utilizaram algum tipo de material para proteção da pele, sendo a fita adesiva microporosa a mais utilizada, identificada em 70 (82,4%) dos participantes. Os recémnascidos apresentaram condições de pele semelhantes no primeiro e último dia do período neonatal, com médias de 4,00 e 4,19 pontos respectivamente, segundo a Escala de Condição da Pele do recém-nascido, que classifica com 3 pontos a melhor condição de pele e 9 pontos a pior. Entre os recém-nascidos participantes deste estudo, 62 (72,9%) apresentaram lesão de pele ou mucosa ocasionadas pelo uso dos dispositivos médicos analisados sendo as escoriações as mais observadas, identificadas em 55 (64,7%) dos participantes; 32 (37,6%) apresentaram de 1 a 3 lesões. A análise bivariada mostrou que houve correlação fraca (r=0,28) entre a média do score da condição da pele do recém-nascido com o número de lesões e correlação moderada (r=0,50) entre o número de dispositivos médicos utilizados com o número de lesões. A análise de regressão linear múltipla mostrou que houve relação estatisticamente significativa entre o número total de dispositivos utilizados (p=0,001) e a idade (p=0,033) com o número de lesões de pele e mucosa no período avaliado. Concluiu –se que a maioria dos participantes apresentou lesões de pele associadas aos dispositivos médicos e o número de dispositivos médicos utilizados e a idade do recém-nascido foram preditores para essa ocorrência. Espera-se que esses achados possam subsidiar a implementação de medidas para a prevenção de lesões nos recém-nascidos associados aos dispositivos, contribuindo para um cuidado seguro e de qualidade para essa população.