Fatores psicossociais e o trabalho da equipe de enfermagem: análise de riscos e adoecimentos em um hospital universitário
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1718 |
Resumo: | Introdução: A presente tese se concentra no papel fundamental do trabalho na vida humana, sendo influenciado por mudanças sociais, tecnológicas e organizacionais. Ele está intrinsicamente ligado à identidade pessoal e social, impactando diretamente a saúde física, mental e a satisfação no emprego. Destaca-se a importância de priorizar a saúde dos trabalhadores, mesmo antes do surgimento de doenças, ao analisar os aspectos físicos e psicossociais do ambiente de trabalho. Há especial atenção ao setor da saúde, principalmente às equipes de enfermagem, considerando o impacto desses fatores na qualidade dos serviços prestados. A crescente incidência de riscos psicossociais no trabalho da equipe de enfermagem tem afetado tanto a saúde dos profissionais quanto a qualidade do cuidado ao paciente, gerando também impactos financeiros nos serviços de saúde, o que preocupa não apenas os trabalhadores, mas também setores empresariais e governamentais. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar os riscos psicossociais no ambiente de trabalho da equipe de enfermagem em um hospital público universitário. Métodos: A abordagem metodológica ocorreu em dois momentos. Primeiramente, realizou-se uma revisão sistemática da literatura sobre o assunto usando a estratégia Patient, Intervention, Comparison e Outcomes (PICO). Em seguida, foram aplicados questionários estruturados e validados para mensurar os riscos psicossociais no trabalho, assim como os dados relacionados. Para análise dos dados, utilizou-se o software IBM SPSS® 21.0. A normalidade dos dados foi avaliada pelo teste Kolmogorov-Smirnov. Para analisar a associação entre as variáveis independentes (características sociodemográficas) e as variáveis dependentes (Danos Psicológicos, Sociais e Físicos), empregou-se uma Regressão Linear Multivariada hierárquica. A associação entre variáveis contínuas foi testada com o Coeficiente de Correlação de Pearson e Spearman, enquanto para variáveis categóricas foram utilizados testes como t Student e Mann-Whitney U. Após os testes de colinearidade e ajustes no Modelo de Regressão Hierárquica, as variáveis significantes (p<0,05) foram mantidas no modelo final. Resultados: Os riscos psicossociais predominaram no nível terciário de atenção à saúde (75,6%), sendo avaliados principalmente pelo Questionário de Conteúdo de Trabalho (JCQ) (14,63%) e o Questionário de Desequilíbrio Esforço-Recompensa (DER) (12,19%). A relação interpessoal foi o fator mais destacado (29,26%), seguido pela exigência psicológica e comprometimento com o trabalho (26,82%). Na escala de Organização do Trabalho, ambos os estilos de gestão (individualista e coletivista) mostraram padrão moderado. No contexto de Sofrimento no Trabalho, observou-se risco médio de esgotamento mental e risco baixo nos fatores falta de sentido e falta de reconhecimento, sem nenhum trabalhador apresentando risco alto para a falta de reconhecimento. Em relação aos trabalhadores da equipe de enfermagem, identificou-se risco médio para danos físicos e risco baixo para danos psicológicos e sociais. No fator Esgotamento Mental, os itens relacionados à sobrecarga, desgaste e cansaço foram os mais arriscados, enquanto frustração, sofrimento e insatisfação foram os menos arriscados. A Falta de Reconhecimento evidenciou itens relacionados à falta de liberdade para expressar opiniões, submissão do chefe e desvalorização do trabalho pela organização como mais arriscados, enquanto a indiferença dos colegas, desqualificação do trabalho pela chefia e tratamento indiferente da chefia foram menos arriscados. Quanto aos danos psicológicos, sensação de vazio, tristeza e mau-humor foram os mais arriscados, enquanto amargura, perda de autoconfiança e solidão foram os menos 9 arriscados. Danos Sociais relacionados a conflitos nas relações familiares, impaciência com pessoas em geral e vontade de ficar sozinho foram mais frequentes, enquanto insensibilidade em relação aos colegas, dificuldade com os amigos e agressividade foram menos frequentes. Danos Físicos evidenciaram sintomas como dores no corpo, nas costas e nas pernas como mais frequentes, enquanto distúrbios digestivos, alterações no apetite e distúrbios circulatórios foram menos frequentes. Considerações finais: Conclui-se que gestores devem aumentar a conscientização sobre riscos, melhorar condições físicas e psicossociais no ambiente de trabalho. Fatores de risco psicossociais, como relações interpessoais, violência ocupacional e carga de trabalho elevada, foram destacados. A não diferenciação entre categorias de enfermagem em alguns estudos pode ser uma limitação, sendo crucial reconhecer que a exposição a esses fatores contribui para o adoecimento da equipe de enfermagem, impactando profissional e pessoalmente. |