Barreiras para o uso de evidências científicas na prática clínica do enfermeiro em hospitais de ensino

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: LOPES, Rebeca Ainoã de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1145
Resumo: Os constantes avanços na área de saúde impuseram às organizações a busca pela melhoria da qualidade da assistência e da segurança do paciente. Nesse sentido, é imperativo a implementação da Prática Baseada em Evidências (PBE), de modo a romper com as práticas em saúde não sistematizadas e promover uma prática alinhada ao uso consciente e criterioso das evidências científicas disponíveis para o alcance de melhores resultados do cuidado dispensado. O presente estudo teve como objetivo avaliar as barreiras e fatores associados para o uso de evidências científicas na prática clínica do enfermeiro. Trata-se de um estudo observacional, seccional, de abordagem quantitativa. A população-alvo foram os enfermeiros das áreas assistencial ou administrativa dos diferentes setores de quatro hospitais de ensino das regiões sudeste e sul do Brasil. A coleta de dados foi realizada no período de agosto a outubro de 2019, por meio da aplicação de dois instrumentos: instrumento de caracterização sociodemográfica e profissional e The Barriers to Research Utilization Scale - versão português brasileiro. The Barriers Scale possui 29 itens divididos em quatro fatores, a saber: Fator 1 – Enfermeiro, Fator 2 – Organização, Fator 3 – Pesquisa e Fator 4 – Comunicação. Cada item possui uma classificação de 1 a 5 em uma escala tipo Likert, na qual escores mais altos indicam maior extensão da barreira percebida. Foram realizadas análises descritivas dos itens. Para as comparações dos escores médios dos domínios empregaram-se o teste t de Student para amostras independentes e correlações de Pearson para preditores quantitativos. Posteriormente, realizou-se regressão linear múltipla. O nível de significância foi de 0,05. Participaram da pesquisa 510 enfermeiros. Os resultados demonstraram que a maioria dos participantes era do sexo feminino, casados, com média de idade de 39,3 anos, média de experiência profissional de 13,6 anos, com Especialização Lato Sensu, atuação em instituição pública, no regime celetista, no desempenho de atividades assistenciais e com vínculo empregatício único. A maior parte dos enfermeiros não havia realizado curso sobre PBE e nem capacitação para busca de evidências científicas em base de dados, porém desenvolvia ou já tinha desenvolvido pesquisa relativa à enfermagem. As maiores barreiras referidas estavam relacionadas ao Fator 2, sendo elas: a não cooperação dos médicos com a implementação da PBE, o sentimento do enfermeiro de não ter autoridade suficiente para mudar os procedimentos de cuidado do paciente e a falta de tempo no trabalho para implementar novas ideias. Enfermeiros que realizaram capacitação sobre PBE oferecida pela instituição, que possuíam maior tempo de formação e maior experiência profissional identificaram menores barreiras organizacionais. Conclui-se que existem inúmeras barreiras para o uso de resultados de pesquisas na prática clínica do enfermeiro, sobretudo na esfera organizacional. Logo, se faz necessário a formulação e implementação de estratégias efetivas para a superação desses obstáculos e a promoção da PBE na enfermagem.