Efeito imunomodulador da saliva de Rhodnius prolixus na infecção intestinal crônica por Toxoplasma gondii em camundongos C57BL/6

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: SOUZA, Roberto Augusto Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Medicina
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Medicina Tropical e Infectologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1812
Resumo: Camundongos C57BL/6 ao serem infectados oralmente por Toxoplasma gondii desenvolvem uma inflamação intestinal acentuada semelhante à Doença de Crohn, constituindo um bom modelo de estudo para esta doença. Atualmente, faltam medicamentos que tratem com eficiência e sejam acessíveis para os pacientes portadores da Doença de Crohn. Apesar disso, a saliva de insetos hematófagos tem se mostrado um bom imunomodulador reduzindo a inflamação exacerbada. O objetivo deste estudo foi analisar os efeitos imunomoduladores da saliva do artrópode Rhodnius prolixus, no tratamento de uma inflamação intestinal causada por infecção oral por Toxoplasma gondii. Para este propósito, foram criados 3 grupos de animais, contendo 10 camundongos C57BL/6 em cada grupo. O grupo controle recebeu 100μL de tampão fosfato-salino (PBS) e os outros foram tratados com extrato de glândula salivar (EGS), na quantidade de 10μg ou 30μg, ambos diluídos em 100μL de PBS. Todos os grupos receberam seus respectivos tratamentos via intraperitoneal. Os animais foram tratados com EGS ou solução tampão fosfato-salino durante 23 dias e a infecção por T. gondii ocorreu por gavagem, dois após o início do tratamento. Durante o tratamento, os animais foram pesados diariamente, sendo anotados os escores clínicos de cada animal. Ao final deste período, os animais foram eutanasiados. Para contagem do número cistos, foi coletado o encéfalo, ademais foi medido o comprimento do intestino delgado. Foi coletado também, fragmentos do intestino e sangue para realizar dosagem de citocinas por citometria de fluxo. Os resultados demonstram que a saliva agiu como um bom imunomodulador da inflamação exacerbada causada por T. gondii no intestino delgado. O tratamento diminuiu os escores clínicos do grupo tratado com a maior concentração de EGS. Observou-se também, que os animais tratados com a maior concentração de EGS perderam menos peso em relação aos demais grupos. O tratamento com a maior concentração de EGS promoveu maiores taxas de sobrevivência e comprimento intestinal, embora sem diferença estatística entre os grupos. A maior quantidade de cistos no cérebro foi observada em animais não tratados. No intestino o tratamento promoveu aumento significativa na produção de IL-10. Portanto, concluímos que a saliva agiu como um bom imunomodulador, reduzindo vários efeitos colaterais deletérios do processo inflamatório acentuado causado pela infecção por T. gondii.