As implicações da comunicação entre família e creche na Educação Infantil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: COPPOLA, Patrícia dos Santos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Curso de Pós-Graduação em Ciências Fisiológicas - Bioquímica, Fisiologia e Farmacologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1528
Resumo: A inserção da mulher no mercado de trabalho e no contexto político configura transformações sociais e culturais significativas para o seu lugar na sociedade. Diante disso, o planejamento familiar e o cuidado com os filhos passaram por ressignificações. As creches surgiram com a finalidade de partilhar a responsabilidade considerada apenas materna e atender à nova demanda familiar que, anteriormente, era somente de classes sociais mais baixas. Torna-se importante, assim, compreender as famílias e a creche em suas singularidades e necessidades, por meio da expressão de seus sentimentos, comunicações orais e gestuais, entre outras, em meio à evolução dos costumes. Nesse contexto, a comunicação humana é uma condição sine qua non da vida e da ordem social. Existe uma reciprocidade nas relações, porque o comportamento de cada pessoa afeta e é afetado pelo comportamento do outro. A partir disso, o presente estudo objetivou, de forma geral, investigar o modo como a comunicação na relação família-creche tem se estabelecido, em razão da importância dessa comunicação para o desenvolvimento integral da criança. Para alcançar esse objetivo geral, dois estudos foram realizados. No primeiro estudo buscou-se compreender como os pais vivenciaram a comunicação com a creche e no segundo estudo compreender como os profissionais da educação infantil vivenciaram a comunicação com os pais, em diferentes tempos. No primeiro estudo foram entrevistados pais/responsáveis de crianças matriculadas nos períodos Maternal II de quatro instituições - creches, sendo que duas são creches públicas mantidas pela Prefeitura Municipal da cidade do interior de Minas Gerais; uma filantrópica e uma particular. Após o sorteio de duas crianças de cada período, sendo, em seguida, entrevistados os seus pais/responsáveis em um total de oito entrevistas. Para o segundo estudo, em cada sala foi selecionado dois profissionais, o regente da turma e o auxiliar, além da coordenadora pedagógica responsável pela creche e o(a) diretor(a), totalizando 16 entrevistas. As duas pesquisas foram de caráter descritivo, exploratório, de corte transversal, apoiadas na metodologia qualitativa de pesquisa. O instrumento de coleta de dados para os estudos foi a entrevista semiestruturada e os dados foram analisados por meio da Análise Temática de Braun e Clarke. Os resultados foram interpretados e discutidos a partir de estudos revisados e do referencial psicanalítico de Donald Winnicott. Os resultados do primeiro estudo apontaram que os pais reconhecem a importância de uma comunicação suficientemente boa, em que o outro se sinta valorizado e respeitado. Notou-se também um desencontro na comunicação, pois alguns pais demonstraram insatisfação com o papel desempenhado pelas educadoras. No segundo estudo os resultados confirmaram sobre a importância não só da formação continuada para os profissionais envolvidos na Educação Infantil, mas também e principalmente, as práticas devem ser vistas para além do que é considerado educacional. É importante que a Educação Infantil possibilite uma continuidade do contexto familiar para as crianças menores. É factível perceber a importância da comunicação como elo que une os pais à vida escolar dos filhos. Por isso, é importante que a instituição esteja atenta a todas as formas em que a comunicação se apresenta. Diante disso, espera-se que sejam fomentadas pesquisas em psicologia a fim de se compreender o impacto dos fatores psicossociais ligados a uma comunicação ineficaz, que pode se configurar de forma obstrutiva no processo de desenvolvimento da criança.