Escrita e interação: uma proposta baseada na concepção de português como L2 para surdos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: DAMACENA, Viviane Barbosa Caldeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Educação, Letras, Artes, Ciências Humanas e Sociais - IELACHS::Curso de Graduação em Letras
Brasil
UFTM
Programa de Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1191
Resumo: O presente trabalho visou construir uma proposta pedagógica para o desenvolvimento de atividades de escrita para alunos surdos de uma escola estadual de ensino regular na cidade de Uberaba à luz do sociointeracionismo com base em Bakhtin e Vygotsky. A educação linguística de surdos, quando socialmente situada e historicamente constituída, pode propiciar condições favoráveis para práticas interculturais em que a língua natural do surdo brasileiro, Libras, tenha seu espaço garantido na constituição da identidade linguística e discursiva do aprendiz de português na escola. Partindo do pressuposto da existência de singularidades tanto na produção de língua de sinais quanto na escrita da língua portuguesa, as atividades propostas na modalidade escrita foram baseadas nas necessidades específicas de construção e interação de sentidos do discurso escrito em português pelos participantes surdos. A pesquisa-ação ocorreu em uma situação de oficina de língua portuguesa ofertada pelo CAS de uma escola estadual mineira. As aulas ocorreram em uma sala multisseriada composta por 18 alunos surdos no contra turno escolar durante 12 meses. Foram analisadas as produções textuais de três alunas surdas do Ensino Fundamental 2, conforme preconiza o recorte obrigatório de estudos realizados no âmbito da rede Profletras. Para o desenho metodológico proposto, foram escolhidos três gêneros textuais: a história em quadrinhos, o bilhete e o diálogo. Inicialmente, foi realizada uma avaliação diagnóstica da construção de sentidos dos textos pelos alunos antes e após uma fase de reescrita. Da análise comparativo-dialógica entre a produção textual dos alunos e a didatização da atividade pelo professor emergiram pontos que foram discutidos para o replanejamento das atividades no intuito de salientar os procedimentos processuais de elaboração escrita dos gêneros trabalhados, que passaram por uma redidatização a partir de um instrumental de análise da didatização inicial do professor criado com base no conceito de Tradução Intralingual proposto por Jakobson (1959). Por fim, destacamos que a metodologia diagnosticar, avaliar(-se), redidatizar, partindo dos pressupostos teóricos interacionistas, buscou oportunizar ao professor-pesquisador uma maior conscientização sobre o que significa um trabalho pedagógico em língua portuguesa como segunda língua para surdos em contexto escolar orientado à investigação das necessidades específicas de alunos surdos e de uma professora ouvinte, com o objetivo de interagir sociodiscursivamente na língua por meio dos gêneros textuais do cotidiano.