Abordagem de estudos que relaionam lesões podocitárias mediadas por hiperglicemia: uma revisão sistemática

• Ano de defesa: 2023
• Autor(a) principal: SILVA, Jordana Souza
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro; Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde; Brasil; UFTM; Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
• Palavras-chave em Português: Nefropatias.; Diabetes mellitus.; Podócitos.; Nephropathies.; Podocytes; CNPQ::CIENCIAS DA SAUDE::MEDICINA::CLINICA MEDICA::NEFROLOGIA
• Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1637

Introdução/Justificativa: Os podócitos são células epiteliais que juntamente com o endotélio e a membrana basal formam a barreira de filtração glomerular. Mudanças nessas estruturas levam a um comprometimento da função glomerular e estão relacionados a várias doenças renais, sendo uma delas a nefropatia diabética (ND) que se manifesta como uma complicação diabética. Atualmente muitos estudos estão sendo destinados para a identificação dos mecanismos da ND, porém, sua patogênese não está totalmente elucidada. Objetivo: Assim, o presente estudo possui como objetivo discorrer através de uma revisão sistematizada sobre os tipos de lesões podocitárias associadas à ND. Métodos: Foi realizado um estudo secundário sistemático em bases de dados científicos Medline (PubMed), Scopus, ‘’Web of Science’’,’’OneFile’’ e literatura cinzenta. As buscas foram realizadas utilizando os descritores ‘’Diabetic Nephropathies Biopsy AND Podocytes’’, delimitando os registros entre o período de 2001 a 2021. Foram considerados para a seleção estudos observacionais que associaram lesões de podócitos em biopsia com a nefropatia diabética. A análise de qualidade metodológica e consistência das evidências foram avaliadas para os estudos elegíveis. Os dados foram discorridos de forma narrativa qualitativa. Resultados: Foi possível selecionar 28 estudos de acordo com os critérios de elegibilidade. A média avaliada para qualidade metodológica foi de 91,46%. A frequência das produções científicas é heterogênea, mas apresentou uma correlação positiva no período do estudo (rho = 0,63; p =0,004). O modelo mais avaliado na relação entre lesão podocitária e diabetes mellitus foi o camundongo (37,78%; IC = 23,61% a 51,95%), seguido por análises de materiais em humanos (33,33%; IC = 19,56% a 47,10%). A hiperglicemia demonstrou ser relacionada ao estresse reticular, desestabilização redox, ativação de importantes vias de sinalização como mTorc1 vinculada a hipertrofia podocitária, alterações morfológicas, funcionais e apoptose celular mediado pela via Wnt/ β-catenina, desbalanço de proteínas da matriz como a BPM-7 ou ainda espessamento capsular pelo aumento de produção de proteínas podocitárias mediado pela interação do TGF-β1, redução de nefrina seguido por processos pró inflamatórios associados à sinalização autocrina de IL-1β / IL-1R1. Conclusões: Diversas vias integram e participam dos processos moleculares das lesões podocitárias observadas na diabetes mellitus, dos quais colaboram com a fisiopatogenia da nefropatia. A hiperglicemia levando ao desequilíbrio redox e os mecanismos inflamatórios parecem ser os principais eventos vinculados às lesões podocitárias, entretanto, lacunas ainda precisam ser investigadas em estudos primários, pois poderão viabilizar melhores estratégias na contenção aos efeitos danosos da hiperglicemia na função renal.