Efeito do citrato de sildenafil sobre o controle autonômico cardiovascular em ratos normotensos.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Capuano, Vanessa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Patologia Clínica
BR
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Patologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://localhost:8080/tede/handle/tede/48
Resumo: O citrato de sildenafil (Viagra) é um fármaco amplamente utilizado e eficaz no tratamento atual da disfunção erétil. Vários estudos clínicos, entretanto, têm demonstrado que em pacientes cardiopatas em uso de nitratos orgânicos, a associação com o sildenafil pode elevar o risco de eventos cardíacos fatais. Entre os mecanismos implicados nesta elevação de risco, destaca-se uma eventual ação do sildenafil provocando uma ativação simpática reflexa decorrente de seus efeitos vasodilatadores e hipotensores. Entretanto, poucos são os estudos que confirmam esta hipótese. O objetivo do presente trabalho é avaliar se o sildenafil é capaz de provocar um desequilíbrio autonômico, empregando a análise de variabilidade cardiovascular, por meio de análise espectral associada ao estudo do reflexo barorreceptor cardíaco e à avaliação do tônus autonômico cardíaco, por meio de bloqueio farmacológico. Um total de trinta e um ratos Wistar, machos, normotensos, com peso de 250-350 gramas, foram utilizados. Vinte quatro horas antes da aferição direta dos parâmetros cardiovasculares, os animais foram anestesiados com pentobarbital sódico (40 mg/kg, i.p.) e tiveram a artéria e veia femorais cateterizadas. No dia seguinte, após 15 minutos de registro basal de pressão arterial (PA), um grupo de animais (grupo Sil, n=18) recebeu uma dose em bolus (1mg/Kg. i.v.) seguido de infusão continua (1mg/Kg/hora, i.v.) de sildenafil. Um segundo grupo de animais (grupo Con, n=13) recebeu bolus inicial (1mL/Kg) e infusão contínua (1mL/Kg/hora) de solução fisiológica a 0,9% (veículo). A pressão arterial foi registrada por 30 minutos após o início de tratamento e em seguida foi analisada por meio de análise espectral da variabilidade das séries temporais do intervalo de pulso (IP) e da pressão arterial sistólica (PAS), derivadas da pressão arterial pulsátil. Valores médios de IP e PAS, bem como seus respectivos valores de variância e componentes espectrais de baixa (LF) e alta freqüência (HF) foram quantificados. Em adição, estas séries temporais foram também empregadas para estimação da sensibilidade barorreflexa cardíaca espontânea, através do cálculo do índice-alfa (raiz quadrada da razão entre LF do IP e LF da PAS). Em seguida, doses em bolus alternadas de fenilefrina e nitroprussiato de sódio foram administradas para indução de alterações na PA e avaliação das respostas reflexas da freqüência cardíaca (FC), as quais permitiram o cálculo da sensibilidade barorreflexa cardíaca induzida farmacologicamente. Por fim, bloqueio farmacológico com atropina e propranolol foi empregado para a estimação do controle tônico simpático e parassimpático cardíaco, da freqüência intrínseca de marcapasso cardíaca (FIMC) e do índice simpato-vagal cardíaco (razão da FC basal pela FIMC). O tratamento com sildenafil provocou uma significativa taquicardia (FC de 325±8bpm no basal para 355±9bpm após o tratamento, p<0,001) e hipotensão arterial (PAS de 130±3mmHg para 125±3, p<0,05), enquanto a infusão de veículo não provocou nenhuma modificação nos parâmetros hemodinâmicos médios. Os índices espectrais de variabilidade do IP e da PAS não sofreram modificações após o tratamento em comparação com o período basal em ambos os grupos. As sensibilidades barorreflexas espontânea e induzida não diferiram entre os dois grupos, assim como a FIMC. Quanto ao tônus autonômico, o sildenafil induziu uma significativa redução do efeito parassimpático vagal sobre o coração acompanhado de uma elevação do ISV, com tendência de aumento do efeito simpático cardíaco. Concluindo, embora o sildenafil administrado agudamente provoque uma ligeira hipotensão arterial associada a uma leve taquicardia, provavelmente de origem reflexa, decorrente de uma inibição parassimpática vagal, estas alterações não foram associadas a modificações nos parâmetros de variabilidade da pressão arterial e da freqüência cardíaca e na sensibilidade barorreflexa cardíaca.