Encapsulamento de complexos de Au III derivados de tiossemicarbazonas para liberação controlada no tratamento da doença de Chagas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Raphael Tristão Cruvinel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências Exatas, Naturais e Educação - ICENE
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Multicêntrico em Química de Minas Gerais
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/974
Resumo: O desenvolvimento de compostos de coordenação contendo o centro metálico AuIII vem ganhando destaque na área da Química Medicinal. Recentemente, o grupo de pesquisa NDCBio relatou dois complexos de AuIII contendo ligantes da classe das tiossemicarbazonas como novos agentes promissores para o tratamento da doença de Chagas, o [AuCl(L1)] e o [Au(Hdamp)(L14)]Cl∙ּּH2O. No presente trabalho, foram preparadas nanopartículas (NPs) do poli (ácido láctico-co-glicólico) (PLGA) como sistemas de liberação para ambos os complexos através da técnica de emulsificação e evaporação de solvente. Os resultados obtidos revelaram eficiências de encapsulamento (EE%) determinadas por método indireto próximas a 90 % para o [AuCl(L1)] e 99,7 % para o [Au(Hdamp)(L14)]Cl∙ּּH2O, com tamanho das NPs/[AuCl(L1)] na faixa de 270-280 nm e índice de polidispersividade (PDI) próximos a 0,150, enquanto as NPs/[Au(Hdamp)(L14)]Cl∙ּּH2O ficaram compreendidas na faixa de 298,3-300,5 nm com PDI próximo a 0,400. Após o processo de encapsulamento, o Potencial Zeta das nanopartículas de ambos os complexos aumentou em relação às NPs contendo apenas o PLGA (de -20 mV para a faixa de -6 a 3 mV). Além disso, a curva de liberação do [AuCl(L1)] foi determinada e estudada por modelos matemáticos, sendo o modelo de Korsmeyer-Peppas o que mais se ajustou aos dados experimentais, com R2 = 0,96219 para a formulação liofilizada e R2 = 0,97864 para a formulação em suspensão. Deste modo, foi possível identificar o mecanismo de liberação do complexo da matriz polimérica como sendo por meio de difusão e relaxamento da cadeia polimérica. Já para o complexo [Au(Hdamp)(L14)]Cl∙ּּH2O não foi possível encontrar um meio receptor adequado para realização da curva de liberação. Adicionalmente, por meio das imagens de alta resolução obtidas via MEV, foi possível observar que os sistemas nanoparticulados de ambos os complexos produziram partículas esféricas com tamanhos médios próximos aos analisados via técnica de DLS. Através de ensaios biológicos in vivo com camundongos Balb/C infectados com parasitas do T. cruzi, foi constatado que o [Au(Hdamp)(L14)]Cl∙ּּH2O não foi liberado da matriz polimérica, não havendo o efeito desejado durante o tratamento. Por outro lado, os testes in vivo utilizando as NPs/[AuCl(L1)] mostraram que o complexo encapsulado é mais eficiente que o complexo livre, obtendo-se uma redução de 55 % da parasitemia com relação ao controle no sétimo dia de tratamento, além de uma maior sobrevida dos camundongos.