Determinantes sociais que envolvem as pessoas com doença falciforme: um estudo da contribuição do assistente social na atenção a estas pessoas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SANTOS, Zilda Cristina dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/tede/787
Resumo: A doença falciforme (DF) é a doença hematológica hereditária mais comum no mundo e caracteriza-se por um conjunto de distúrbios que causam a destruição dos glóbulos vermelhos (hemácias) comprometendo o transporte do oxigênio. No Brasil, a cada ano, nascem 3.500 crianças com DF e 200.000 com o traço falciforme. A literatura indica que as características sociais que envolvem este público são: maioria de negros, renda inferior a um salário mínimo, residência na periferia das cidades e baixa escolaridade. Tais determinantes sociais influenciam ou agravam a ocorrência de problemas de saúde, condicionam o processo de saúde-doença-cuidado e, por isso, têm relevância na abordagem da saúde na sua integralidade. Os objetivos deste estudo consistiram em avaliar as características sócio-demográficas das pessoas com DF atendido na Clínica de Hematologia do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (HC/UFTM), bem como avaliar o reconhecimento das pessoas com DF sobre os determinantes sociais e o impacto destes na sua vida cotidiana, e, verificar se a pessoa com DF reconhece a atuação e contribuição do assistente social na saúde com ênfase na atenção integral às pessoas com DF. Trata-se de pesquisa qualitativa, logo, com enfoque e a atenção às narrativas dos participantes, bem como às diversas formas de “expressão” de suas realidades. Participaram da pesquisa 30 pessoas com DF, residentes em Uberaba - MG, com idade superior a 18 anos e em atendimento no Serviço Social da Clínica de Hematologia do HC/UFTM. Como instrumento de pesquisa foi utilizado questionário com roteiro elaborado, o qual abordou aspectos sociodemográficos, os determinantes sociais da saúde e o Serviço Social nesse cenário. Para análise dos dados foi utilizada a análise temática de conteúdos, apoiada na investigação participante. Verificou-se predomínio do sexo feminino (18) e do nível médio de escolaridade (15), seguido pelo ensino fundamental (11). Quanto à situação laboral, de moradia, deslocamento e renda, apenas quatro eram trabalhadores formais, 12 desempregados; 17 residiam em casa própria, 22 dependiam de transporte público e 11 tinham renda familiar de zero a um salário mínimo. As dificuldades no cotidiano mais citadas foram: manter-se no trabalho (16) e prática de esportes (12). Dezessete conheciam alguma lei, predominando a Lei Maria da Penha e Estatuto da Criança e Adolescente. Contudo, nenhum participante se referiu a alguma lei diretamente relacionada à DF. Os determinantes sociais que envolveram estes pacientes, como, renda familiar, situação laboral, moradia e transportes foram semelhantes aos encontrados na literatura. A escolaridade foi superior àquela apontada por outros estudos brasileiros. Todos os participantes (30) reconheceram a contribuição do assistente social.O estudo deixou clara a relevância do trabalho do assistente social para este público, principalmente evidenciada pela melhora no acesso aos direitos e benefícios sociais a partir da inserção do assistente social na Clínica de Hematologia do HC-UFTM. Longe de trazer conclusões definitivas, o presente estudo trouxe a luz o “olhar” da pessoa com DF acerca de sua realidade cotidiana, estando aí inserido, o Serviço Social como uma profissão comprometida com a dignidade da vida humana, logo, comprometida com o cidadão e suas demandas cotidianas.