A divulgação científica no combate ao negacionismo científico: contribuições de uma feira de ciências

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: PINHEIRO, Ana Paula Zanoli
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1691
Resumo: Vivemos tempos em que o acesso às informações e notícias são instantâneos e que, se por um lado traz grandes benefícios à sociedade, por outro também podem nos levar a interpretações fantasiosas e perigosas. Obter de forma fácil e simples uma bula de remédio controlado e ter o acesso online a uma receita milagrosa para a cura de uma doença são movimentos que nos levam a refletir sobre esta questão. Ter alcance ao mundo das informações de forma simples e fácil nem sempre se traduz em conhecimento, sendo preciso ter cuidado com a desinformação e com as Fake News, dentre elas as científicas que negam a Ciência e sua construção - um movimento que traduz o crescente negacionismo científico, levando ao conspiracionismo e ao distanciamento da ciência da população. Neste contexto, a escola, enquanto ambiente formal de educação, não consegue, sozinha, lidar com o incomensurável número de informações científicas que se apresentam na contemporaneidade, assim encontramos na educação não formal, por meio da Divulgação Científica (DC), uma aliada nesse processo. A DC apresenta-se como uma estratégia que pode auxiliar no combate ao negacionismo, construindo conhecimentos científicos através de uma linguagem acessível e compreensível a todos. Entendemos as feiras de ciências como um espaço de DC e que, tradicionalmente têm sido desenvolvidas pelas escolas. Essa pesquisa busca por meio do planejamento e realização de uma feira de ciências, com temáticas controvérsias, investigar de que forma este espaço pode contribuir com o problematizar e combater o negacionismo da ciência. Assim, de modo participativo, investigamos a contribuição de uma feira de ciências em uma escola pública da cidade de Uberaba/MG no combate ao negacionismo da ciência. A pesquisa partiu de três momentos interligados: preparação dos professores, construção de uma feira de ciência e desenvolvimento das atividades na escola, por alunos dos anos finais do Ensino Fundamental. Os dados construídos ao longo da pesquisa foram organizados para análise a partir da Análise de Conteúdo, proposta por Laurence Bardin, evidenciando aqui um quarto momento, com a construção de Unidades de Contextos e Categorias de análise, relacionadas as discussões sobre a feira pelos professores, em sala de aula, com os alunos. Os resultados analisados evidenciam que a feira de ciências é um excelente espaço para se trabalhar a investigação científica, autonomia e o protagonismo dos alunos e, quando as pesquisas e debates permeiam o contexto social - nessa pesquisa representados pelos temas sociocientíficos controversos - elas são capazes de levar a reflexões fundamentadas e a construção de argumentos sólidos e coerentes embasados na ciência. Assim, a possibilidade de discussões sobre assuntos polêmicos permite a construção de cidadãos mais críticos e reflexivos.