Infertilidade e câncer de colo de útero: repercussões na conjugalidade e na parentalidade
Ano de defesa: | 2019 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação Brasil UFTM Programa de Pós-Graduação em Psicologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1446 |
Resumo: | O objetivo geral da presente Dissertação foi conhecer as principais repercussões da infertilidade feminina causada pelo câncer de colo de útero na vida conjugal, bem como no projeto da parentalidade. Para atingir esse objetivo, a Dissertação foi dividida em cinco estudos, sendo duas revisões integrativas da literatura e três estudos de casos coletivos, de corte transversal, fundamentados na metodologia de pesquisa qualitativa. Os estudos 1 e 2 tratam-se de estudos teóricos desenvolvidos a partir do protocolo PRISMA. O primeiro teve por objetivo conhecer a produção científica nacional e internacional acerca das implicações geradas pela infertilidade feminina para a relação sexual de casais heterossexuais. O Estudo 2 teve o objetivo de conhecer as principais evidências científicas sobre como a conjugalidade é afetada pela infertilidade feminina. O corpus de análise de ambos os estudos consistiu em produções recuperadas nas bases indexadoras/bibliotecas LILACS, PUBMED e PsycINFO entre os anos de 2008 e 2018. A partir das evidências recuperadas (22 artigos no Estudo 1 e 34 no Estudo 2), pode-se destacar que se trata de uma produção predominantemente internacional, de abordagem quantitativa. Constatou-se que a infertilidade afeta a relação conjugal, na maioria das vezes negativamente. Faz-se necessário o desenvolvimento de ações que almejem a melhoria na qualidade de vida conjugal e sexual dos casais que estão passando pelo diagnóstico e tratamento para infertilidade. As demais produções desta Dissertação são de caráter empírico. O Estudo 3 objetivou investigar os significados atribuídos à conjugalidade no contexto de infertilidade após o câncer de colo de útero. O Estudo 4 buscou investigar os significados atribuídos ao projeto da parentalidade no contexto de infertilidade após o câncer de colo de útero. Por fim, o Estudo 5 objetivou conhecer as principais fontes de apoio e as estratégias de enfrentamento desenvolvidas por casais em que a esposa realizou tratamento do câncer de colo de útero. Nesses três estudos foram empregados três casos, a partir de entrevistas com dois casais e uma esposa, totalizando sete entrevistas individuais e em casal. O corpus analítico foi interpretado a partir da Psicologia Positiva e da literatura das áreas de oncologia, conjugalidade e parentalidade. A impossibilidade do exercício parental consanguíneo ressignificou e fortaleceu o espaço conjugal. Os esposos foram mencionados como importante suporte social, bem como a família. As esposas relataram sentimentos ambíguos de culpa e gratidão por esse suporte social. O estigma social foi citado como fonte de sofrimento, o que está relacionado à naturalização dos papéis sociais parentais. As estratégias de enfrentamento empregadas foram baseadas na ressignificação dos sentidos atribuídos à parentalidade e suscitaram a busca por alternativas, como a adoção, o que não se concretizou devido ao preconceito engendrado neste tipo de filiação. As estratégias de coping mais utilizadas foram: ressignificação do problema e suporte religioso/espiritual. A religiosidade/espiritualidade permitiu a construção de significados acerca do adoecer e a atribuição de um sentido de gratidão em decorrência dos aprendizados gerados. O reconhecimento desses aspectos pode levar ao desenvolvimento de intervenções alinhadas às vivências dos casais e à consequente oferta de um cuidado mais adequado. Recomenda-se a inclusão da conjugalidade e do projeto da parentalidade nas intervenções com essas pacientes e seus cônjuges/parceiros, potencializando a construção de uma significativa fonte de apoio e cuidado. |