Controle do câncer do colo do útero em mulheres privadas de liberdade em Mato Grosso do Sul

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Silva, Elaine Regina Prudencio Hipólito da
Orientador(a): Barbieri, Ana Rita
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufms.br/handle/123456789/3166
Resumo: A população feminina privada de liberdade apresenta-se vulnerável ao desenvolvimento de agravos, devido a fatores intrínsecos ao sexo, comportamentais, e as condições inadequadas de vida que estão sujeitas no cárcere, entre estas o pouco acesso às ações e serviços de saúde, em especial as ações de controle do câncer do colo do útero. O estudo teve por objetivo analisar o controle do câncer de colo do útero às mulheres privadas de liberdade em Mato Grosso do Sul. Estudo de caráter transversal de abordagem quantitativa com utilização de dados primários e secundários, em que foram entrevistadas 510 mulheres distribuídas pelos sete estabelecimentos penais femininos de regime fechado em Mato Grosso do Sul e foram analisados 352 prontuários. Os dados foram analisados estatisticamente no programa Statistical Package for Social Science versão 23.0, considerando um nível de significância de 5%, foram realizadas associações entre as variáveis por meio do teste qui-quadrado (p<0,05), com correção de Bonferroni. Verificou-se que a maioria das mulheres privadas de liberdade em Mato Grosso do Sul possuem um baixo nível de escolaridade, são pardas, estão na faixa etária entre 18 e 34 anos, privadas de liberdade por um tempo não superior a 24 meses e estão expostas aos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer do colo do útero. Metade das entrevistadas, 255 mulheres (50,0%), disseram ter realizado o exame citopatológico do colo do útero nos estabelecimentos prisionais, sendo que 178 (69,8%) o realizaram em 2015, e 70 (16,4%) relataram a presença de algum tipo de alteração no resultado. Ainda, 12 (17,1%) afirmaram ter tido alterações no colo do útero, e 134 (52,5%) referiram desconhecer o resultado. Das 255 (50,0%) mulheres que não fizeram o exame no estabelecimento prisional, 149 (58,4%) referiram como motivo a falta de oportunidade. Dos prontuários analisados, quando considerado o último exame realizado no estabelecimento prisional, 211 (59,9%) não continham o registro de informações sobre o exame. Apenas 129 (36,6%) continham informações, sendo que destes, 110 (85,3%) possuíam registro do resultado, e foram encontrados seis (5,5%) resultados com alterações citológicas. Ainda, 41 (11,7%) continham informações sobre o histórico de realização do exame após a privação de liberdade, sendo verificados quatro (9,8%) registros de exames com alterações. Observou-se que há diferenças estatísticas entre a atenção à saúde nos estabelecimentos prisionais quanto à frequência de realização do rastreamento e forma de registro no prontuário. Conclui-se que as ações de controle do câncer do colo do útero são realizadas, mas não de forma sistemática e regular, sendo necessária a implementação de estratégias que proporcionem melhorias no seu controle e prevenção no ambiente prisional.