Desafios da parentalidade: percepções e experiências de pais e mães de crianças e adolescentes usuários de Internet

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GRIZOLIO, Talita Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1347
Resumo: O uso de internet tem se intensificado com o passar dos anos, atingindo principalmente o público mais jovem. Tal fenômeno transformou o modo como crianças e adolescentes interagem socialmente, seu processo de aprendizagem e também como se relacionam em família. Diante desse contexto, a necessidade de uma parentalidade mediadora ganha destaque. O objetivo geral da presente Dissertação foi o de compreender quais as percepções e experiências de pais e mães de crianças e adolescentes acerca do uso da internet por parte dos seus filhos. Para atingir esse objetivo, a Dissertação foi dividida em três estudos, um de revisão integrativa e dois empíricos, de corte transversal, amparados na abordagem qualitativa de pesquisa. O Estudo 1 teve como objetivo compreender de que modo a mediação parental tem afetado/orientado o uso de internet por crianças e adolescentes. Foi realizada uma revisão integrativa da literatura científica nas bases/bibliotecas LILACS, MEDLINE, PePSIC, SciELO e PsycINFO (2008-2017). A partir dos 28 artigos recuperados, percebeu-se que os pais têm orientado os filhos por meio de estratégias de restrição de conteúdos online e do diálogo, sendo esta última ação a que é considerada com efeitos mais benéficos. O Estudo 2, por sua vez, teve por objetivo compreender quais as percepções e experiências de pais e mães de crianças brasileiras de 9 a 11 anos acerca do uso da internet por parte dos seus filhos. Participaram 12 genitores com idades entre 35 a 52 anos, sendo de 10,16 anos a média de idade dos seus filhos. Foram empregados dois roteiros de entrevistas. Não houve um consenso entre os pais a respeito de como mediar o uso de internet dos filhos, bem como se suas privacidades devem ser preservadas ou não nesse processo. Porém, parecem convergir quanto às preocupações com o tempo que os filhos ficam conectados. A comunicação foi evidenciada como instrumento imprescindível para a educação digital. Destaca-se como maiores desafios a falta de obediência às regras impostas pelos pais e a ausência de parâmetros para balizar essas mediações. Por fim, o Estudo 3 teve por objetivo compreender quais as percepções e experiências de pais e mães de adolescentes brasileiros de 12 a 18 anos acerca do uso da internet por parte dos seus filhos. Participaram 12 genitores com idades entre 29 a 49 anos, sendo de 14 anos a média de idade dos seus filhos. Foram empregados dois roteiros de entrevista. Foram detectadas cinco modalidades de mediação parental, a saber: regras, restrição, observação, monitoramento e comunicação aberta. Esta última foi tida como a mais positiva pelos pais. Uma das maiores preocupações dos pais se concentrou na facilidade com que a internet tem influenciado os adolescentes, de modo a tornar as orientações parentais, por vezes, banais, pelos filhos. Os pais se sentem angustiados e sem referências quanto ao manejo do uso de internet por parte dos filhos, demonstrando uma dificuldade de ruptura com os padrões anteriormente aprendidos. A partir dos dados da Dissertação, pode-se concluir que a mediação exercida pelos pais está em construção, em busca de repertórios que possam balizar práticas consideradas mais adequadas e efetivas de acordo com a fase desenvolvimental em que o filho se encontra, priorizando ações que, ao mesmo tempo, considerem os benefícios do acesso à internet e também operem reguladores desse acesso de modo alinhado às demais práticas parentais exercidas.