Assistência à saúde na perspectiva da humanização, segundo profissionais da atenção primária

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: LUIZ, Izabella Viana Rosario
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Triângulo Mineiro
Instituto de Ciências da Saúde - ICS::Curso de Graduação em Enfermagem
Brasil
UFTM
Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Atenção à Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://bdtd.uftm.edu.br/handle/123456789/1726
Resumo: Introdução: apesar de ainda prevalecer um modelo de assistência à saúde centrado na queixa do paciente, evidencia-se o aumento de profissionais cuja visão contempla a integralidade do indivíduo. Acredita-se que a formação e a capacitação profissional estão diretamente ligadas ao modelo de assistência a ser prestado por um profissional. A qualidade da assistência à saúde independe do nível de atenção, portanto deve acontecer na perspectiva humanizada. A Atenção Primária à Saúde, é considerada porta de entrada para os serviços de saúde. Objetivando a melhoria desta assistência, em 2003 o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional de Humanização (PNH). Constata-se, na literatura, a preocupação com a satisfação e percepção do usuário quanto ao tipo de assistência recebida e pouco se conhece a respeito da percepção do profissional de saúde. Diante do exposto, indaga-se: o que pensam os profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família sobre a assistência humanizada? O que facilita e dificulta a sua realização? Método: foi realizado um estudo descritivo com abordagem qualitativa. Participaram da pesquisa profissionais de 23 Equipes de Saúde da Família de um município de Minas Gerais. Para atingir a saturação dos dados foram sorteados 42 profissionais. Deste total, 21 não responderam a nenhum dos três convites para participar da pesquisa, quatro recusaram, dois estavam de licença saúde, um havia aposentado, um foi excluído por não haver completado um ano de trabalho na ESF e um não foi localizado. Procedeu-se à coleta e atingiu-se a saturação dos dados com 12 entrevistas, das quais, cinco eram médicos, cinco enfermeiros, um dentista e um técnico de enfermagem. A coleta de dados foi realizada a partir das entrevistas com roteiro semiestruturado, submetido à validação aparente e de conteúdo. As entrevistas aconteceram de forma remota, gravadas em áudio e vídeo. Os entrevistados foram reidentificados de modo a preservar sua identidade. As entrevistas foram transcritas na íntegra e o tratamento dos dados fundamentou-se na análise temática. O estudo atendeu aos preceitos éticos desde a aprovação do projeto à assinatura do TCLE. Resultados: emergiram três categorias temáticas: “Significado de assistência humanizada na ótica de profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família”; “Recursos humanos, materiais e infraestrutura insuficientes e inadequados dificultam a concretização da assistência humanizada” e “Relações profissionais-usuários fundamentadas no diálogo e no vínculo facilitam a assistência humanizada”. Conclusões: a perspectiva dos profissionais de saúde quanto à assistência prestada, sob a ótica da Política Nacional de Humanização, está relacionada ao atendimento integral do usuário, ao acolhimento e ao fato de olhar para o usuário e não para sua queixa. Além disso, existem mais fatores que dificultam a concretização da assistência humanizada do que facilitam. Ressalta-se a necessidade de capacitar os profissionais para um cuidado baseado na PNH. A adequação da demanda e melhoria da infraestrutura são indispensáveis para a viabilização de uma assistência humanizada. Como contribuições levar tais profissionais a refletir sobre o seu relacionamento e posicionamento frente ao usuário. Com isso, entender que com relações horizontalizadas e ações humanizadas poderão demonstrar sua potencialidade na produção do cuidado, na organização do trabalho e impactar, efetivamente, na vida e saúde dos usuários e comunidade.