Efeitos de oficinas de estimulação cognitiva na capacidade cognitiva de idosos residentes em São Paulo: estudo clínico controlado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Vicentin, Ana Paula Martins [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/60456
Resumo: Introdução: Considerando o envelhecimento populacional em curso, a manutenção da capacidade funcional torna-se aspecto fundamental para a saúde pública. É sabido que o declínio cognitivo é um fator de risco para dependência funcional e mortalidade. A combinação de estimulação cognitiva via computador e atividade física tem se mostrado um potencial meio para intervenções não farmacológicas na busca da preservação das funções cognitivas. Objetivo: analisar os efeitos de estimulação cognitiva – composta por atividade física, atividade no computador e social - nas funções cognitivas e funcionalidade de idosos pertencentes a coorte EPIDOSO, residentes na Vila Clementino, São Paulo. Métodos: estudo prospectivo de intervenção controlado com dois grupos: grupo intervenção (GI; n=53; 75,5% mulheres; 76,3 ±6,8 anos) e grupo controle (GC; n=54; 85,2% mulheres; 75,3 ±7,2 anos), formados após triagem com Clinical Demential Rating (CDR; 0 ou 0,5 pontos) e Escala de Depressão Geriátrica (GDS 15; máximo de 5 pontos). Os idosos do GI participaram de estimulação cognitiva com atividade física, atividade no comutador e social, com sessões de 80 minutos, duas vezes por semana durante 17 semanas (total de 34 sessões), enquanto o GC seguiu a rotina habitual. Aplicaram-se testes neuropsicológicos e de funcionalidade: Montreal Cognitive Assessment (MoCA), Mini Exame do Estado Mental (MEEM), lista de palavras, evocação, fluência verbal e limitações nas atividades da vida diária (AVD - BOMFAQ) antes e ao final do período de intervenção. O efeito da intervenção em relação ao GC nas variáveis dependentes foi avaliado por meio de modelos de análise de covariância considerando a Intenção de Tratar (ITT) e, de forma secundária, fez-se a avaliação do efeito do número de presenças nas sessões (0 a 34). Resultados: Foram registradas 5 perdas no seguimento (3 no GI; 2 no GC). Na análise por ITT o GI mostrou um aumento significativo para a pontuação média do MoCA de 1,23 pontos (B=1,23, 95%CI [0,28; 2,19], p=0,012) em relação ao GC. Na análise que considerou a participação nas sessões, a pontuação final do MoCA aumentou em média 0,07 pontos (B=0,07, 95%CI[0,04;0,11], p<0,001) para cada aumento de uma unidade no número de participação, e a pontuação final do MEEM aumentou em média 0,03 pontos (B=0,03, 95%CI[0,01;0,05], p=0,022) para cada aumento de uma unidade no número de participação. Não foram observadas diferenças estatísticas nas demais variáveis dependentes. Conclusão: A intervenção realizada mostrou efeito positivo na melhora da cognição global de idosos cognitivamente normais ou com provável déficit cognitivo leve (CDR=0 ou 0,5), indicando que pode ser aplicada para prevenção de perdas cognitivas em contexto comunitário. Não foram evidenciadas, no entanto, melhorias nos domínios cognitivos específicos e na limitação das AVD. Espera-se que a presente pesquisa possa contribuir para o avanço na discussão de possíveis intervenções para prevenção de declínio cognitivo no contexto de políticas para a promoção da saúde no processo de envelhecimento.