Percepções dos profissionais da saúde e da educação sobre o Programa Saúde na Escola no Território da Alemoa, Município de Santos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Baroni, Juliane Gonçallo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63744
Resumo: Na perspectiva da contemplação da saúde e educação integral dos estudantes das escolas públicas, o Programa Saúde na Escola (PSE) foi concebido em 2007 como política interministerial da Saúde e Educação, com o intuito de coordenar ações de promoção, prevenção e atenção à saúde. Para tanto o trabalho é realizado numa integração entre a Estratégia Saúde da Família (ESF) e as escolas, acessando também outros equipamentos do território. O objetivo norteador desse estudo foi conhecer as percepções dos profissionais da saúde e educação sobre as ações do PSE no território da Alemoa e como resultado obteve o Produto Técnico “Oficinas PSE”, que propõe a realização de encontros com o propósito de educação continuada para instrumentalizar os profissionais da saúde e da educação a desenvolverem ações nos seus territórios e a institucionalizar um espaço para o encontro intersetorial exclusivo para o PSE. Dessa forma, sob a abordagem da pesquisa qualitativa, desenvolveu-se um estudo de caso, que tem por lócus a Unidade de Saúde da Família (USF) e duas Unidades Municipais de Educação (UME) do território da Alemoa. Foram conduzidas entrevistas semiestruturadas, aplicadas a nove profissionais, sendo seis da saúde e três da educação entre março e abril de 2021. Para o tratamento dos dados foi realizado o processamento do corpus da pesquisa no software Interface de R pour les Analyses Multtidimensionnelles de Textes et Questionnaires (IRAMUTEQ-R), utilizando a Classificação Hierárquica descendente e a Análise de Similitude. A análise lexical apresentou cinco classes, que foram analisadas e nomeadas com base nos referenciais teóricos sobre o PSE, a saúde escolar e a intersetorialidade: Classe 1 – Encaminhamentos; Classe 2 – Relação Intersetorial Saúde e Educação; Classe 3 - Panorama do PSE; Classe 4 – O Acesso à Saúde; Classe 5 – Reflexos do PSE na Comunidade. Considerando os resultados obtidos, destacou-se que as ações do PSE se concentram na reunião de matriciamento, no entanto não foram identificados momentos dedicados para o planejamento e estruturação de ações norteadas pelo contexto do território, voltadas para a coletividade. Essa reunião promoveu maior proximidade entre a USF e as escolas, foi percebida como potencial forma de atendimento às demandas da comunidade, se constituindo em uma importante rede de apoio. Há a ocorrência de grandes ações propostas pelo Grupo de Trabalho Intersetorial Municipal, com foco biológico, aplicadas pelos profissionais, principalmente nas escolas. A escassez de formação, o pouco conhecimento da política PSE e a grandes demandas de trabalho setoriais, são entraves que comprometem a plena contemplação dos objetivos do programa, que atravessado pela pandemia, aumentou os desafios enfrentados pelos profissionais. O presente estudo aponta que há um grande potencial a ser explorado pelo encontro saúde e educação proposto pelo PSE, o que pôde-se observar inicialmente pelas reuniões de matriciamento, mas desafios envolvendo a setorialidade, a lógica tradicional de gerenciamento, a abordagem biológica e a participação social precisam ser superados para avançar rumo às propostas de promoção da saúde. Palavras-chave: Política de Saúde; Promoção da Saúde Escolar; Atenção à Saúde; Proteção Social em Saúde; Intersetorialidade.