Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Sanches, Luciana Coelho [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/22800
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Resumo: |
Objetivo: conhecer o comportamento do sistema de coagulação em pacientes sépticos que evoluem com hiperglicemia e o impacto do uso contínuo de insulina e do controle glicêmico nessas alterações. Métodos: o estudo avaliou o perfil glicêmico, de coagulação e de inflamação de pacientes com choque séptico com menos de 48 horas de instalação da disfunção orgânica no momento da inclusão e após 24 horas. Foram coletados dados demográficos, bem como dados do perfil glicêmico dos pacientes. Dosaram-se os fatores de coagulação fator tecidual, fator VII, trombinaantitrombina, D-dímero, fibrinogênio, fragmento 1+2, tempo de trombina, proteína C, antitrombina, plasminogênio, ativador do plasminogênio tecidual, inibidor do fator tecidual e inibidor do ativador de plasminogênio. Para o perfil inflamatório, foram dosadas interleucinas 6, 8 e 10 e proteína C reativa. Resultados: Foram incluídos 41 pacientes, distribuídos em 20 com normoglicemia (Grupo 1) e 21 com hiperglicemia controlada (Grupo 2). A mediana de glicemia foi significativamente diferente entre os grupos no momento basal (p<0,001) mas não após 24 horas (p<0,47). O perfil de coagulação foi semelhante entre os pacientes dos Grupos 1 e 2 no momento basal, com elevação dos parâmetros de coagulação, consumo de fator VII, proteína C e antitrombina e inibição da fibrinólise. Não houve diferença significativa após 24 horas no grupo normoglicêmico. Já os pacientes com hiperglicemia controlada apresentaram concentrações mais altas de fator VII (p=0,03), proteína C (p=0,04) e de antitrombina (p=0,04) quando comparados aos pacientes normoglicêmicos. Nesses pacientes houve aumento das concentrações de plasminogênio (p=0,03) e redução nas concentrações de inibidor do ativador de plasminogênio (p=0,01) e de ativador tecidual do plasminogênio. (p=0,03) em relação aos valores basais. Em relação ao perfil inflamatório, em ambos os grupos as concentrações de interleucina 6, 8 e 10 bem como a concentração de proteína C reativa se encontravam elevadas desde o momento basal, sem diferença entre os grupos. Após 24 horas, as concentrações de interleucinas se encontravam significativamente mais baixos nos pacientes do Grupo 2. Não houve correlação entre as alterações no perfil de coagulação e parâmetros de gravidade ou de glicemia, exceto para as concentrações de proteína C cujo aumento associou-se a níveis basais de lactato mais baixos. Observam-se correlações fracas entre alguns parâmetros de coagulação e de inflamação, porém julgou-se haver relevantes limitações na interpretação desses resultados. Conclusões: o padrão de coagulação em pacientes normoglicêmicos e hiperglicêmicos com choque séptico é semelhante no momento basal. Entretanto, observou-se melhora do estado de hipercoagulabilidade e das alterações da fibrinólise após o controle da glicemia, sugerindo melhora do perfil de procoagulação. O perfil inflamatório se caracteriza por concentrações elevadas de citocinas e de PCR no momento basal com redução desses valores após 24 horas, independente do perfil glicêmico dos grupos. Não foi possível observar correlação entre a evolução dos parâmetros de coagulação e parâmetros de gravidade dos pacientes ou modificações do perfil glicêmico, dose de insulina recebida ou insulinemia. É possível que as alterações da coagulação encontradas nos pacientes hiperglicêmicos controlados estejam correlacionadas com melhora dos parâmetros inflamatórios. |