Avaliação da adesão e do efeito de uma intervenção virtual para usuários de álcool

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Andrade, André Luiz Monezi [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2688108
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46195
Resumo: A utilização de tecnologias virtuais tem sido cada vez mais comum na área de saúde mental devido à sua boa relação custo-benefício, permitindo alcançar pessoas isoladas geograficamente ou que se sintam estigmatizadas e/ou envergonhadas para buscar ajuda presencial. Diversos estudos têm mostrado que as intervenções virtuais podem reduzir o consumo de drogas como maconha, nicotina e álcool. No Brasil, existem poucos trabalhos avaliando o impacto deste tipo de tecnologia na redução do consumo de álcool. Este estudo foi realizado como parte de um projeto multicêntrico internacional coordenado pela Organização Mundial de Saúde e desenvolvido em parceria com pesquisadores do México, Holanda, Bielorússia e Índia. Objetivos. Avaliar a aceitabilidade e o efeito de uma intervenção virtual para usuários de álcool; o perfil dos usuários que buscaram este tipo de intervenção e os principais preditores de adesão e sucesso ao tratamento. Método. Os dados foram coletados entre Outubro de 2013 a Janeiro de 2015, período em que 41.147 pessoas acessaram o site. A amostra inicial incluiu 19.259 pessoas que preencheram o AUDIT-C. Destas, 4.148 pessoas se registraram no portal, das 2.722 consideradas elegíveis para o estudo, 1.327 aceitaram participar e preencheram o diário inicial de consumo e a versão completa do instrumento AUDIT. Com base na pontuação deste instrumento, os usuários foram classificados quanto ao risco associado ao uso de álcool em: Baixo Risco (BR, n=400), Uso Nocivo (UN, n=431) e Sugestivo de Dependência (SD, n=496). Os usuários também preencheram o Questionário de Prontidão para Mudança (RCQ) e forneceram dados socioeconômicos. Foi proposto aos usuários que seguissem a proposta de intervenção durante seis semanas. Foram coletados dados sobre o consumo de álcool antes, após o término da intervenção e 1 mês após. Além disso, também foram avaliados os preditores de sucesso e adesão para a intervenção. Resultados. Aproximadamente metade dos usuários eram homens e provenientes da região sudeste do Brasil. Após seis semanas do início da intervenção foi observada redução do consumo de álcool, tanto no grupo UN quanto no grupo SD, em 36 e 48%, respectivamente. Quando avaliados os preditores de adesão, pertencer aos grupos UN e SD foi associado a menor chance de aderir à intervenção. A prontidão para a mudança também foi um preditor de adesão, com menor adesão entre os usuários classificados no estágio de ?Ação?. Somente o consumo inicial foi um preditor de sucesso, de modo que o acréscimo de cada dose padrão de álcool foi associado ao aumento em 11% das chances de sucesso. Conclusão. Embora a adesão ao programa não tenha sido muito alta, os dados indicaram uma boa aceitabilidade deste modelo de intervenção e também uma redução no consumo de álcool, que se manteve após 1 mês.