Efeito da ovariectomia sobre a função renal e pressão arterial em prole de ratas submetidas à restrição de sono durante a prenhez

• Ano de defesa: 2016
• Autor(a) principal: Argeri, Rogerio [UNIFESP]
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
• Palavras-chave em Português: Sistema renina angiotensina; Desenvolvimento renal; Restrição de sono; Programação fetal
• Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=4541630; http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48933

Considerando-se que modificações no ambiente intra-uterino podem alterar o desenvolvimento fetal predispondo ao aparecimento de doenças na idade adulta e, que a restrição e/ou a privação de sono interferem com funções fisiológicas importantes, resultando em alterações humorais e autonômicas que durante a prenhez podem repercutir no ambiente fetal; o objetivo do presente estudo foi examinar o impacto da restrição do sono durante a prenhez, sobre a morfologia e função renal da prole do sexo feminino em idade adulta. Método. Após a confirmação da prenhez através esfregaço vaginal, ratas Wistar foram distribuídas em 2 grupos experimentais: grupo C (controle ? não restrito de sono) e grupo RS ( restrito de sono - submetidas à restrição de sono do 14º ao 20º dia de prenhez). Após o nascimento dos filhotes, foram selecionados 4 machos e 2 fêmeas por prole que foram designados como C (controle) e RS (restrito de sono), respectivamente. Neste trabalho, foram utilizadas apenas as proles do sexo feminino. As proles do sexo masculino foram utilizadas em outro trabalho experimental. Visando abolir o efeito dos hormônios femininos no presente modelo experimental, metade da prole C e RS foi submetida à cirurgia de ovariectomia e o restante foi submetida à cirurgia sham. Assim, formaram-se quatro grupos experimentais: controle sham (Csham), controle com ovariectomia (Covx), restrito de sono sham (RSsham) e restrito de sono com ovariectomia (RSovx). As avaliações foram realizadas aos 4, 6 e 8 meses de idade. Foram estudados: pressão arterial indireta por pletismografia, concentração plasmática de uréia e creatinina, clearance de creatinina, concentração plasmática de Na+ e K+, carga excretada de Na+ e K+, fluxo urinário, proteinúria, número de glomérulos, peso renal, área glomerular, expressão da enzima conversora de angiotensina 1, infiltração de macrófagos e deposição de colágeno no tecido renal. Os dados foram apresentados como média ± erro padrão, p?0.05, ANOVA. Resultados Verificamos que houve elevação dos valores de pressão arterial nos grupos Covx, RSsham e RSovx em comparação com o grupo Csham, em todas as idades avaliadas. Em relação aos parâmetros de função renal observamos aumento na concentração plasmática de creatinina e diminuição significativa do clearance de creatinina nos grupos RSsham e RSovx em relação aos grupos Csham e Covx aos 4, 6 e 8 meses de idade. Ainda, observamos que o grupo RSovx apresentou redução do clearance de creatinina mais acentuado do que o grupo RSsham. Aos 8 meses de idade houve diminuição significativa da carga excretada de Na+ e K+ no grupo RSovx em comparação com os grupos Csham e Covx. Estas alterações foram acompanhadas de maior infiltração de macrófagos e aumento significativo da deposição de colágeno no tecido renal no grupo RSovx. Tanto a restrição de sono como a ovariectomia resultou em aumento da expressão da enzima conversora de angiotensina 1. Os valores de área glomerular referente ao grupo RSovx foram significativamente menores em relação aos grupos Csham e RSsham, como também, houve aumento do número de glomérulos neste grupo experimental. Observamos redução do peso renal nos grupos Covx, RSsham e RSovx em relação ao grupo Csham. Conclusões A restrição de sono durante a prenhez é um fator de risco adicional para desenvolvimento de alterações cardiovasculares (elevação da PA) e disfunção renal na prole do sexo feminino. A ovariectomia agravou as alterações observadas, confirmando o papel dos hormônios sexuais femininos na regulação da pressão arterial e da função renal durante a vida adulta.