Estudo do sono e do ciclo vigília-sono em indivíduos em estados mentais de risco para o desenvolvimento de psicose e transtorno bipolar

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Castro, Juliana Pedroso Moraes Vilela de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2356751
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/47808
Resumo: A psicose e o transtorno bipolar são doenças mentais crônicas comuns frequentemente associadas à grave incapacidade dos seus portadores. O conceito de estados mentais de risco é uma estratégia para a identificação dos indivíduos em risco para desenvolver essas doenças e é baseada na presença de sintomas prodrômicos. Desajustes no padrão de sono e no ritmo circadiano têm sido descritos desde as primeiras manifestações desses sintomas, nas fases iniciais do curso clínico da psicose e do transtorno bipolar. Objetivo: Verificar possíveis alterações no padrão de sono e no ciclo vigília-sono em indivíduos em estados mentais de risco e indivíduos saudáveis. Casuística e Métodos: Participaram desse estudo 40 voluntários, de ambos os gêneros e com idade entre 13 e 27 anos. Eles foram distribuídos em dois grupos, conforme os critérios para o grupo de indivíduos em estados mentais de risco (n=20) e grupo controle saudável (n=20). Os indivíduos em estados mentais de risco foram classificados como ultra-alto risco para psicose conforme a CAARMS (Comprehensive Assessment of At-Risk Mental State) ou como ultra-alto risco para transtorno bipolar de acordo com os critérios propostos por Bechdolf e colaboradores. Os participantes realizaram duas noites consecutivas de polissonografia, responderam a questionários, utilizaram o actígrafo por 15 dias e preencheram um diário de sono. Os questionários utilizados foram: Escala de Sonolência de Epworth, Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh, e Questionário de Matutinidade e Vespertinidade. Resultados: O grupo dos indivíduos em estados mentais de risco apresentou pior qualidade de sono de acordo com o Índice de Pittsburgh (p=0,010), maior duração de cochilo (p=0,038), menor duração de vigília (p=0,001), maior tempo total de sono (p=0,011), menor duração de atividade (p=0,021), um ritmo vigília-sono mais fragmentado (apontado pelos valores de autocorrelação e variabilidade intradiária; p=0,008 e p=0,011, respectivamente), menos sincronizado e com o ciclo claro-escuro (estabilidade interdiária, p=0,015), com menor amplitude (M10, p=0,008) e menor poder espectral de beta1 (p=0,033), quando comparado ao grupo controle saudável. Conclusões: Os resultados apontam para uma pior qualidade de sono, prejuízo na sincronização de frequências beta, e alterações no ritmo circadiano, representado nesse estudo pelo ciclo vigília-sono, no grupo dos indivíduos em estados mentais de risco.