Efeitos do ciclo sono-vigília sobre a dor, memória e estado de humor em portadores de migrânea crônica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: DAVID, Mírian Celly Medeiros Miranda
Orientador(a): MATOS, Rhowena Jane Barbosa de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37812
Resumo: Alterações no ciclo sono-vigília poderiam exacerbar a intensidade e frequência de crises de migrânea, bem como, gerar prejuízos na memória e sintomas de ansiedade ou depressão em portadores de migrânea crônica (MC). Assim, objetivou-se investigar a interação do ritmo de atividade-repouso sobre a dor, memória e sintomas de ansiedade e depressão de portadores de MC. Tratou-se de estudo transversal composto por indivíduos com MC (n=23) e indivíduos saudáveis no grupo controle (n=23). Avaliou-se o ritmo de atividade por actimetria durante 15 dias, diários de cefaleia e de sono por 30 dias. Os demais instrumentos da pesquisa utilizados foram: Ficha de Avaliação Sociodemográfica, Clínica e de Hábitos de Vida; Questionário Internacional de Atividade Física - Versão Curta; Escala Visual Analógica; Headache Impact Test - 6; Questionário de Matutinidade e Vespertinidade de Horne & Ostberg; Índice de Qualidade do Sono de Pittsburgh; Escala de Sonolência de Epworth; Inventário de Depressão de Beck; Inventário da Ansiedade Traço-Estado; e Teste da Figura Complexa de Rey-Osterrieth. Realizou-se o teste de normalidade Shapiro-Wilk, comparações foram realizadas através do teste de Mann-Whitney e, correlações pelo coeficiente de correlação de Spearman. Além disso, foram conduzidos modelos de regressão linear múltipla com efeito de interação, considerando-se o nível de significância de 5%. Os indivíduos com MC apresentaram 27,8 ± 6,4 anos e sexo feminino (96%). Crises de migrânea com intensidade da dor de moderada à severa e frequência de 17,4 ± 7,8 dias/mês. Os indivíduos com MC apresentaram maior dificuldade para iniciar o sono (p<0,001) e pior qualidade do sono (p<0,001), apresentaram menor percentual de ritmicidade (p<0,05), com menor estabilidade interdiária (p<0,01) e menor atividade (pₘₑₛₒᵣ<0,05; pₐₘₚₗᵢₜᵤₑ<0,05). Além disso, os sujeitos com MC foram mais depressivos (p<0,01) e apresentaram maior tempo de latência para iniciar a cópia (p<0,001), cópia (p<0,05) e evocação (p<0,05). Verificou-se que a amplitude relativa do ritmo de atividade-repouso apresentou correlação negativa com a intensidade do desconforto provocado pela MC (p<0,05); e interação inversa com o traço de ansiedade nas afirmações de caráter positivo (p<0,05). Entretanto, há interação direta com a latência para iniciar a cópia nos indivíduos com MC (p<0,05). A porcentagem ritmica influenciou a latência para iniciar a cópia no grupo experimental (p<0,05). Conclui-se que os indivíduos com MC são mais depressivos, apresentam menor velocidade de processamento para cópia e memória, além de pior ritmicidade, latência e qualidade do sono. Além disso, o ritmo de atividade-repouso agrava a intensidade do desconforto, o traço de ansiedade e reduz a velocidade de processamento em portadores de MC.