Corpos (in)visíveis: a produção do cotidiano linguístico de pessoas em situação de rua no espaço público urbano
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10813520 https://hdl.handle.net/11600/62069 |
Resumo: | Com enfoque sobre a forma como as práticas linguísticas estão imbricadas na esfera das experiências sociais cotidianas das pessoas em situação de rua, a presente pesquisa buscou produzir uma escrita reflexiva referente a algumas dimensões da sociabilidade desse contingente populacional. Para tal, foram realizadas observações de campo na instituição de acolhimento Arsenal da Esperança, assim como nas suas cercanias, no período entre novembro de 2018 e outubro de 2019. Concomitante a essas observações, realizei entrevistas com cinco pessoas conviventes desta casa, aqui presumidas como pessoas em situação de rua em estado de acolhimento, obtendo, ainda, uma narrativa cedida por um ex-morador de rua. Como a situação de rua pode interferir na autoimagem e refletir como potencializadora das práticas de silenciamento? As observações de campo foram guiadas por esta pergunta inicial, a qual recebeu ampliação no durar da pesquisa. Apoiando-se em um levantamento prévio de estudos etnográficos sobre pessoas rualizadas, pensadas transversalmente por meio de um diálogo com estudos linguísticos, a pesquisa cogitou a possibilidade de concebermos a noção de falante em situação de rua. Ao pensarmos em tal sujeito falante, nos afinamos aos trabalhos produzidos no campo da Linguística Aplicada Indisciplinar (Pennycook, 2001; Moita Lopes, 2002; 2018) e com os estudos que se propõem a considerar a centralidade das questões sociopolíticas observadas na composição da vida social. A pergunta inicial da pesquisa recebeu acréscimos, desdobrando-se em: como o estar em situação de rua, enquanto lugar no mundo social, impacta, configura, compõe e contribui para o modelar das práticas linguísticas situadas das pessoas que habitam também linguisticamente as ruas? Esta pesquisa levanta, assim, algumas reflexões sobre os modos com os quais as pessoas rualizadas se sociabilizam e de qual maneira se veem como falantes por meio das descrições de si, das avaliações do comportamento linguístico dos outros em relação a elas, bem como das percepções sobre a recepção da sua própria fala e, por fim, das regras válidas para o jogo linguístico constituído, situacionalmente, no âmbito da vida nas ruas. |