Espiritualidade/religiosidade como recurso terapêutico na prática clínica: concepção dos estudantes de graduação em medicina da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
Brasil São Paulo UNIFESP Ensino em Ciências da Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www2.unifesp.br/centros/cedess/mestrado/teses/tese_219_silvia_abuchaim.pdf https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/51832 |
Resumo: | Introdução - O envolvimento religioso/espiritual traz significado e propósito para a vida dos pacientes, principalmente quando se encontram fragilizados pela dor. Este envolvimento pode influenciar decisões médicas devendo ser identificado na anamnese. Existem relatos de dificuldades da tomada de história espiritual por parte dos médicos, predisposição dos pacientes em compartilhar suas crenças e comprovação científica da eficácia terapêutica da religiosidade/espiritualidade na saúde física e mental. Objetivo - Verificar a opinião dos estudantes de graduação em Medicina da Escola Paulista de Medicina – Universidade Federal de São Paulo, quanto à utilização da espiritualidade/religiosidade do paciente como recurso terapêutico na prática clínica. Método - Abordagem quantitativa do tipo analítica observacional transversal. Questionário padronizado em quatro blocos: perfil sociodemográfico; Índice de Religiosidade da Universidade de Duke; religiosidade/espiritualidade no contexto clínico; religiosidade/espiritualidade no contexto acadêmico, aplicado a acadêmicos do primeiro ao sexto ano. Resultados - A amostra consiste em 72% da população de estudantes matriculados, sendo que 62% possuem afiliação religiosa: 30% católicos, 13% evangélicos, 12% espíritas e 7% outras denominações. Dos 38% restantes, 26% declararam-se agnósticos e 12% ateus. Dos estudantes, 4,2% frequentam instituições religiosas mais do que uma vez por semana, 10% uma vez por semana, 6,4% duas a três vezes por mês, 27,6% algumas vezes por ano, 21,6% uma vez por ano ou menos e 30,2% nunca frequentam. Quanto ao tempo dedicado a atividades religiosas individuais, 4,5% dedicam-se mais do que uma vez ao dia; 17,5% diariamente; 8% duas ou mais vezes por semana; 6% uma vez por semana; 17% poucas vezes por mês; e 47% raramente ou nunca. A centralidade do transcendente na vida é muito forte em 13%; forte em 20,5%; moderada em 21,5%; fraca em 18,5%; e muito fraca em 26,5%. Das questões inseridas no bloco referente ao contexto clínico, “Independentemente de sua crença religiosa, o médico deve respeitar a crença do paciente” e “O médico deve considerar em sua prática clínica as necessidades emocionais, socioculturais e espirituais do paciente, além de suas necessidades físicas” tiveram os maiores escores de concordância, respectivamente 98,6% e 97,0%. Das que constituíram o contexto acadêmico, a que teve maior concordância (83,7%) foi “O cuidado com a dimensão espiritual faz parte do atendimento integral e humanizado ao paciente”. Por outro lado, o grau de discordância com a questão “Um bom médico deve se distanciar do sofrimento do paciente” foi de 90,5%. A assertiva “A proposição de ações didáticopedagógicas relacionadas à dimensão espiritual do paciente na educação médica é relevante” teve concordância média de 61,5% e 27,5% de indiferentes. Conclusões - Nossos resultados sugerem que: 1) os estudantes de Medicina atribuem importância à dimensão espiritual do paciente na prática clínica; 2) os acadêmicos consideram a abordagem da dimensão espiritual do paciente como recurso terapêutico para o exercício de uma prática clínica mais humanizada; 3) 61,7% dos participantes da pesquisa considera relevante, ou pelo menos não é contrária (27,3%), à proposição de ações didático-pedagógicas na educação médica relacionadas à dimensão espiritual do paciente. |