Deposição de material particulado sobre a vegetação urbana em áreas com diferentes condições de arborização na região metropolitana de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brito, Christianne Nascimento de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63487
Resumo: A poluição atmosférica é um dos principais problemas ambientais da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) e medidas mitigadoras devem ser consideradas, visto que os danos à saúde causados pela exposição aos poluentes podem ser severos. Este trabalho focou no material particulado fino (MP2.5) e na sua remoção pela floresta urbana, representada por árvores e arbustos lenhosos, através do processo de deposição seca. Para isso, elencamos três áreas de estudo de 78,54 ha com diferentes níveis de arborização, sendo a área Ibirapuera a mais arborizada com 63% de cobertura do dossel, São Bernardo do Campo com 20% e Paulicéia com 12%. Para estimar a remoção de MP2.5 pela vegetação, usamos o modelo i-Tree Eco v6.0, que é um software gratuito de fonte não aberta. O modelo foi alimentado com dados secundários meteorológicos e de concentração de poluentes referentes ao ano de 2016, além de dados dendrométricos de árvores e arbustos coletados em parcelas sorteadas nas três áreas de estudo. Verificamos que a remoção de MP2.5 foi mais eficiente na área com maior cobertura de dossel e área foliar, resultando na remoção de 0,21 g/m²/ano na área Ibirapuera, e menor nas áreas com menor cobertura com 0,15 g/m²/ano em SBC e 0,06 g/m²/ano na Paulicéia, com melhoria da qualidade do ar de 0,34%, 0,23% e 0,11% respectivamente. Esses valores são comparáveis com aqueles obtidos para outras cidades do mundo, como Edimburgo na Escócia e Tabriz no Irã. As diferenças encontradas nas estimativas de remoção nos diferentes locais variaram principalmente em função de diferenças na estrutura da floresta urbana. Os resultados demonstram que as maiores concentrações de MP2.5 foram observadas no inverno, enquanto a remoção foi maior no verão. Isso porque os meses de inverno são mais secos, favorecendo a ressuspensão de partículas pela ação do vento, resultando em uma menor remoção líquida de MP2.5 pela vegetação. A precipitação teve grande influência sobre a remoção de MP2.5, sendo que os meses com maior concentração de poluentes e menor taxa de remoção ocorreram em meses com anomalias negativas de precipitação (abril e junho). Os resultados demonstram a importância dos serviços ambientais prestados pela floresta urbana e podem embasar políticas públicas relacionadas a arborização, auxiliando na escolha de espécies e de locais adequados para mitigar os efeitos da poluição do ar por material particulado na RMSP.