Modo de ação de uma ramnana sulfatada em células endoteliais e musculares lisas: potencial uso na prevenção da disfunção endotelial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Nobre, Leonardo Thiago Duarte Barreto [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2429568
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48543
Resumo: A disfunção endotelial pode causar aterosclerose, uma doença caracterizada pelo acúmulo de placas contendo lipídeos na camada subendotelial de vasos sanguíneos. O glicocálice endotelial mantém a homeostasia entre o sangue e as células endoteliais e alterações em sua estrutura podem causar doenças. Algas marinhas são fontes de polissacarídeos sulfatados que apresentam diversas propriedades farmacológicas, entre as quais se destacam atividades antioxidante, anti-inflamatória, anticoagulante e antitrombótica. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de uma ramnana sulfatada (RS) obtida da alga Monostroma nitidum em células endoteliais e musculares lisas, bem como em anéis de aorta, assim como, descrever seu provável mecanismo de ação. Foi constatado que RS não afeta a viabilidade dessas células em 24 horas na concentração de até 100 ug/mL e é capaz de aumentar a marcação do glicocálice pela lectina WGA, observada em microscopia confocal, em ambas as linhagens celulares e também no anel de aorta de ratos. Há um aumento na síntese de ácido hialurônico por essas células tratadas com RS e esse ácido hialurônico apresenta alto peso molecular. Através da marcação metabólica com sulfato radioativo foi constatado que células tratadas com RS aumentaram a síntese de glicosaminoglicanos sulfatados com destaque para o heparam sulfato. Esse heparam sulfato teve sua estrutura analisada e foi observado que há um aumento na proporção de dissacarídeo trissulfatado, típico da estrutura de heparinas. Foi observado aumento na expressão das enzimas responsáveis pela síntese e modificação desses glicosaminoglicanos. Utilizando microscopia confocal e ensaio de FRET foi comprovado que RS se liga à fibronectina na matriz extracelular. RS ativa a sinalização celular através da via de FAK-Src-ERK, aumenta os níveis de cálcio intracelular e a produção de óxido nítrico. Por fim foi observado que RS também é capaz de inibir a angiogênese em ensaio de formação de estruturas capilares em matrigel e também no ensaio tridimensional de angiogênese em anel de aorta. Os resultados indicam que RS por aumentar e modificar estruturalmente o glicocálice nas células derivadas de aorta, estimular a síntese do heparam sulfato rico em dissacarídeo trisssulfatado (típico da estrutura de heparinas e com potente efeito antitrombótico), bem como de ácido hialurônico de alto peso molecular (com ação anti-aterogênica e antiangiogênica), aumentar a síntese de óxido nítrico e por si só inibir a angiogênese apresenta-se como um possível agente terapêutico para prevenir o desenvolvimento da aterosclerose e formação de trombos em função dos diversos efeitos benéficos nas células que podem impedir diferentes etapas desses processos patológicos.