Aborto provocado e inseguro 20 anos depois da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento, Cairo, 1994: prevalência e características sociodemográficas, favela México 70, São Vicente, São Paulo, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Santos, Tassia Ferreira [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2938273
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/48104
Resumo: Após 20 anos da Conferência Internacional de População e Desenvolvimento (CIPD) realizada no Cairo em 1994, a situação do aborto no Brasil permanece praticamente a mesma. Objetivo: Esta pesquisa teve como finalidade calcular a prevalência de mulheres com aborto provocado e inseguro (AP) bem como as características sociodemográficas (CSD) a ele associadas em um a população de baixa renda. Método: Trata-se de um estudo transversal, com amostra aleatória de mulheres em idade fértil de 15 a 49 anos de idade, 860 mulheres ao todo, residentes na Favela México 70, em São Vicente - SP, efetuada no último trimestre de 2008. O método utilizado para a análise dos dados foi a regressão logística multinomial múltipla (RLMM) para determinar as principais variáveis independentes associadas à ocorrência de aborto provocado, com IC=95% e p<0,05. As análises estatísticas foram realizadas com o auxilio do programa SPSS versão 17.0. Resultados: Entre as 735 mulheres de 15 a 49 anos que apresentaram histórico de gravidez, observou-se mediana de 2 gestações para as mulheres sem aborto e, para as mulheres que declararam aborto provocado (AP), 51 Mulheres, uma mediana de 4 gestações. Foi observada ainda média de 2,7 filhos nascidos vivos/mulher entre essas últimas. No modelo final de RLMM permaneceram as seguintes variáveis independentes categorizadas: ?número de filhos NV> 2? (OR=4,0), mostrando que as mulheres com 2 ou mais filhos apresentam uma chance 4 vezes maior de provocar um aborto e ?aceitação do aborto por falta de condições econômicas? (OR=11,5) o que indica que as mulheres sem condições econômicas de prosseguir na gestação e/ou criar mais um filho apresentam chance 11,5 vezes maior de provocar um aborto. Conclusões: Pode-se concluir que, por falta de um sistema eficaz de contracepção e de planejamento familiar, mulheres de baixa renda ainda hoje recorrem ao aborto provocado para a diminuição da própria fecundidade e do tamanho da família, frente a uma gestação inesperada, não pretendida ou inoportuna.