Características sociodemográficas como fatores determinantes na prevalência de aborto provocado na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Souza, Milena Goulart [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21635
Resumo: Abortar é o ato de interromper a gravidez antes mesmo do feto atingir a capacidade de viver fora da barriga da mãe. Alguns obstetras consideram o aborto a interrupção da gravidez no período igual ou inferior a 22 semanas de gestação. Independente de técnicas e pontos de vista com relação ao aborto leva-se em conta o lado social, o estado civil, a idade, o fato de se usar ou não algum método contraceptivo, a escolaridade e a renda obtida pelas famílias, em que a decisão de se abortar pode ser tomada a qualquer instante. Em alguns países a prática é legal e realizada em clínicas que podem oferecer o aparato necessário a este procedimento, diferentemente do que ocorre em países onde o aborto não é previsto em lei, pois este geralmente oferece risco à mulher, já que muitas vezes é praticado de forma insegura. No Brasil, o código penal vigente desde 1940 autoriza o aborto apenas em caso de estupro ou de risco de vida para a mãe, quando o mesmo é reconhecido como um importante problema de saúde pública em todo o mundo. O presente estudo estima a prevalência de mulheres com história de abortos em idade fértil (15 a 49 anos de idade), sendo um estudo transversal resultante da amostra de mulheres residentes na cidade de São Paulo – SP no ano de 2008. Os números foram obtidos perante aplicação de questionário, onde as variáveis consideradas estavam ligadas à classificação da mulher quanto à prática do aborto: que não praticaram aborto e aquelas que abortaram. As variáveis independentes constituíram na idade, atividade remunerada, renda, escolaridade, estado conjugal, contraceptivo e nascidos vivos. A análise estatística para a avaliação foi realizada através de testes de modelos de regressão log binomial com aproximação de Poisson e variância robusta. Dentre o total de mulheres entrevistadas com alguma gestação (n=683) 652 não provocaram o aborto (95,5%) e 31 mulheres o provocaram (4,5%). Já as mulheres solteiras (RP=2,79, p=0,0159) declararam um maior número de aborto quando comparadas às demais. O estudo aponta também mulheres de 40 a 44 anos (RP=2,76, p=0,0043) como as que mais recorreram à prática do aborto. Também, mulheres que disseram ter cinco ou mais filhos nascidos vivos, (RP=3,97, p=0,0013), usarem Pílula ou DIU (RP=2,70, p=0,0454) ou ainda métodos contraceptivos não eficazes (RP=4,18, p=0,0009) foram as que mais verbalizaram recorrer à prática.