Uso de inibidores do transportador 2 de sódio-glicose em adultos com diabetes mellitus tipo 2: overview de revisões sistemáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Augusto, Gustavo Akerman [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68796
Resumo: Objetivo: Sintetizar as evidências de revisões sistemáticas (RSs) de ensaios clínicos randomizados controlados que avaliaram a eficácia e segurança dos inibidores de SGLT2 (iSGLT2) para pacientes com diabetes tipo 2 (DM2). Métodos: Identificamos RSs por meio de buscas no Embase, PubMed, LILACS, Cochrane Central Library, DARE e Epistemonikos entre 2014 e setembro de 2022. Avaliamos a qualidade da metodológicas das RSs usando o AMSTAR-2 (A MeaSurement Tool to Assess systematic Reviews) e a qualidade das evidências com o GRADE (Grading of Recommendations Assessment, Development and Evaluation) e sintetizamos os principais resultados das revisões de acordo com categorias de benefício, malefício, equivalência ou falta de evidências. O protocolo foi registrado na PROSPERO como CRD42019132431. Resultados: Incluímos 50 RSs, compreendendo 200 ensaios clínicos randomizados (ECRs) e 143.935 participantes. Os resultados mostraram "evidências claras de benefício" em relação à redução da hemoglobina glicada (HbA1c) versus placebo (entre -0,49% e -0,77%); redução no risco de infarto do miocárdio (OR variando entre as revisões de 0,72 a 0,85 e HR entre 0,89 e 0,91); mortalidade cardiovascular (HR variando entre 0,84 e 0,86); insuficiência cardíaca (OR nas revisões entre 0,64 e 0,68 e o HR entre 0,67 e 0,69); progressão da albuminúria e desfecho renal composto (HR entre 0,55 e 0,63); e redução de peso versus placebo (entre -1,09 kg a -2,99 kg). "Possível benefício" foi observado em relação a redução de eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE) (OR variando de 0,80 a 0,81 e HR de 0,89); mortalidade por todas as causas e doença hepática gordurosa não alcoólica. O uso de iSGLT2 mostrou "evidências claras de nenhum efeito ou equivalência" em relação a acidente vascular encefálico e fraturas. "Evidência clara de malefício" foi observada em relação a infecções genitais (RR variando entre 2,59 e 5,35 e OR entre 2,06 e 5,25) e cetoacidose (OR variando entre 1,36 e 2,13 e HR de 2,2). Em relação ao risco de amputação e infecções do trato urinário, "nenhuma conclusão possível devido à falta de evidências". Conclusões: Encontramos efeitos benéficos da intervenção na redução da HbA1c dos desfechos renais e cardiovasculares (exceto para acidente vascular encefálico), e peso. O uso de inibidores da SGLT2 foi fortemente associado a infecções genitais e mais estudos são necessários para avaliar infecções urinárias e risco de amputação.