Efeitos de um estímulo aversivo na ativação do córtex insular e em comportamentos de avaliação de risco após exposição ao álcool

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Eduardo, Paula Mendonça Camargo [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69069
Resumo: O uso de álcool prejudica a percepção de estímulos aversivos. Isso pode estar relacionado ao seu efeito em uma região específica do cérebro chamada córtex insular. No entanto, esse processo ainda não é bem compreendido. Este estudo investigou como um estímulo aversivo é processado pelo córtex insular e como isso afeta comportamentos de avaliação de risco em animais expostos ao álcool. Camundongos C57BL/6 machos (n = 96) passaram por um protocolo de Beber Intermitente Noturno (IOD, do inglês Intermittent Overnight Drinking), no qual tiveram acesso a duas garrafas com água e/ou etanol 10%, por 12 noites alternadas em gaiolas com licômetros. Os animais foram alocados em três grupos experimentais: 1) grupo controle - acesso apenas a água todas as noites; 2) grupo agudo - acesso apenas a água nas primeiras 11 noites e acesso a etanol 10% e água na última noite; e 3) grupo crônico - acesso a etanol 10% e água todas as noites. Após as 12 sessões noturnas de IOD, dois experimentos foram realizados. No experimento 1 (n = 48), 72- 96 horas após a última noite de consumo, metade de cada grupo experimental recebeu injeção i.p. de 150 mg/kg de cloreto de lítio (LiCl, um forte estímulo aversivo nauseante), e a outra metade recebeu solução salina, 90 minutos antes dos cérebros serem coletados para imunomarcação da proteína c-Fos. No experimento 2, 48 horas após a última noite de consumo, outros três grupos de camundongos (n = 48) foram submetidos a testes comportamentais que ocorreram com intervalo de 48 horas entre eles: Labirinto em cruz elevado, Campo aberto e Caixa Claro-Escuro. Imediatamente antes de cada teste, metade dos animais de cada grupo experimental recebeu uma injeção i.p. de 150 mg/kg de LiCl, e a outra metade recebeu solução salina. Em animais expostos cronicamente ao álcool, a administração de LiCl induziu uma forte ativação dos neurônios da ínsula, especialmente na sub-região anterior do córtex insular (aIC) do hemisfério direito. Nos testes comportamentais, o consumo agudo de álcool aumentou a locomoção e reduziu os níveis de avaliação de risco em ambientes aversivos (por luminosidade) no teste da Caixa Claro-Escuro, mas não nos demais testes. Esses resultados indicam que o consumo crônico de álcool prejudica o processamento de estímulos negativos pela ínsula anterior direita. No entanto, a hiperestimulação da ínsula após o estímulo aversivo nauseante não foi relacionada a alterações de comportamentos de ansiedade e avaliação de risco.