Consciência interoceptiva e sintomas de depressão e ansiedade : validação de questionário e estudo associativo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: SILVA, Paulo Daywson Lopes da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/46653
Resumo: Os transtornos depressivos (TD) e de ansiedade (TA) provocam alterações do humor e comportamento, possuindo uma relação de comorbidade, agravando o quadro sintomático. Dentre as alterações percebidas, a consciência interoceptiva (CI) é uma das vertentes que vêm sendo utilizada para explicar a relação dos sintomas e mudanças comportamentais, onde é observada uma relação de modulação entre CI, os TD e os TA. No entanto, ainda é necessário um melhor entendimento da associação entre essas variáveis, visto que a CI é construída através de diversos aspectos do processo de percepção corporal. A CI pode ser medida através do Multidimensional Assessment of Interoceptive Awareness (MAIA) que é amplamente utilizado na literatura. No entanto uma validação do instrumento para a população brasileira se faz necessária, visto que o MAIA possui a capacidade de medir marcadores perceptuais e sintomáticos dos TD e TA. Assim, o objetivo deste estudo foi de verificar a relação entre CI e sintomas sugestivos de TA e TD em adultos. O estudo foi dividido em duas fases, onde a Fase I constituiu em um estudo de validação de uma versão em português do MAIA para a população brasileira (MAIA-BR), através de uma análise fatorial exploratória (AFE), com retenção fatorial através da análise paralela e método de extração Robust Diagonally Weighted Least Squares e análise fatorial confirmatória (AFC), analisando através dos índices de ajuste de qui-quadrado, CFI, TLI, RMSEA e índices de modificação. A Fase II do estudo verificou a associação das dimensões-chave do MAIA-BR com a presença/ausência de sintomas sugestivos de ansiedade e depressão, onde foi realizada a criação de percentis de 50%, 66% e 80% para as dimensões do MAIA-BR. Posteriormente, foi observada a prevalência de sintomas de TA e TD em sujeitos com alta CI. A AFE do MAIA-BR apresentou quatro fatores adequados e consistentes. Além disso, a AFC indicou que o modelo de quatro fatores do MAIA-BR possui índices de ajustes adequados para a amostra analisada. A análise de associação das dimensões de CI com a presença/ausência não obteve significância estatística na maioria dos seus resultados, no entanto, pudemos observar que em sujeitos com alta CI nos domínios “Autorregulação” e “Confiando” possuem uma menor probabilidade em apresentar TD, TA e os transtornos de forma comórbida, assim como alta CI para os domínios “Percebendo” e “Consciência emocional” possui uma maior probabilidade para TA, TD e uma relação comórbida entre os dois transtornos. Dessa forma, pudemos concluir que o MAIA-BR é adequado para medir a CI na população brasileira e que a prevalência de sintomas de ansiedade e/ou depressivos varia em pessoas com alta CI dependendo do domínio que é analisado.