Avaliações de episódios de dor e respostas farmacológicas analgésicas em pacientes oncopediátricos: um estudo retrospectivo de qualidade do serviço

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Leal, Eduardo Ladeia [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68000
Resumo: Introdução: Sendo umas das principais causas de morte na infância, o câncer também promove desconfortos aos pacientes pediátricos, sendo estimado que 70% das crianças com câncer experimentarão dores graves no decorrer de suas doenças. Poucos estudos foram realizados para avaliar o manejo farmacológico para analgesia nesta população. Objetivo: Descrever a dor e o seu manejo farmacológico em uma população oncológica pediátrica de um centro de oncologia pediátrica de São Paulo. Métodos: Estudo farmacoepidemiológico descritivo, do tipo estudo qualidade de consumo, referente à utilização de medicamentos para analgesia em crianças com câncer tratadas no Hospital do GRAACC na cidade de São Paulo. Avaliou-se, através do prontuário eletrônico da instituição, dados referentes aos episódios de dor de pacientes oncológicos, de 0 a 17 anos, internados, entre 01 de janeiro de 2021 a 31 de março de 2022, assim como dados das medidas farmacológicas instituídas para o manejo da dor. Resultados: Um total de 335 pacientes foram incluídos no estudo, com média de idade igual a 8,0 ± 5,2 anos, de maioria masculina (n=186; 55,5%). Desses pacientes, avaliou-se um total de 1.465 episódios de dor. A dipirona foi utilizada para o manejo da dor em 703 episódios, morfina foi o segundo fármaco mais utilizado seguido de tramadol – 569 e 123 episódios, respectivamente. A via endovenosa foi a via de administração mais escolhida – 1388 administrações. Dentre os episódios de dor, 44,7% dos eventos corresponderam a dores intensas ou insuportáveis. O uso de opioides foi mais frequente para dores com score maior que 6. A reavaliação da dor após intervenção farmacológica ocorreu em até 30 minutos em 1.200 episódios, porém fármacos como tramadol demandaram tempos de administração maior que o tempo para reavaliação. O registro de ausência de dor ocorreu em 1.332 reavaliações. A associação de adjuvantes ou de outros analgésicos ocorreu em 80,3% dos episódios de dor. Todos os episódios de dor com piora na reavaliação ocorreram na presença de outros medicamentos associados para o seu tratamento. A morfina foi o medicamento mais usado para tratar dores quando havia outros medicamentos associados para o tratamento da dor. Conclusões: O presente estudo foi capaz de descrever as queixas de dor dos pacientes oncológicos pediátricos indicando a intensidade da dor e os locais da queixa e a escolha de medicamentos, via de administração e tempo de reavaliação. Em síntese, diante dos dados evidenciados, conclui-se que os pacientes oncológicos pediátricos apresentam dores intensas durantes internações, que a escolha de medicamentos para o tratamento das queixas álgicas são efetivas para a redução da dor e que a reavaliação é o ponto principal para definição da melhora ou sinalizar a necessidade de novas intervenções