Efeitos do pneumoperitônio com dióxido de carbono na resposta inflamatória aguda peritoneal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Vandaleti, Edson de Oliveira [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20532
Resumo: Objetivo: Avaliar a integridade morfológica e a resposta inflamatória aguda do peritônio parietal em doentes submetidos ao pneumoperitônio com dióxido de carbono (CO2). Métodos: Em um grupo de 34 doentes com colelitíase, submetidos à colecistectomia laparoscópica eletiva, foram realizadas biópsias de peritônio parietal, aos 10 e 60 minutos do início do pneumoperitônio com CO2 (denominados momentos A e B). O material foi corado pela técnica histológica hematoxilina-eosina. No interstício foram avaliados o grau de congestão das veias e capilares e o grau de inflamação aguda, considerando-se a presença de neutrófilos marginados em vênulas, diapedese e a presença de exsudato perivascular, descritos e semiquantificados em escala ordinal, variando de ausentes (0) ou presentes, em leve (1+), moderado (2+) e intenso (3+). Utilizando-se dos testes estatísticos de homogeneidade marginal e de análise de variância com fator fixo, foram comparadas a congestão e a inflamação, nos dois momentos do pneumoperitônio, e a associação desses achados com o volume de CO2 utilizado. Nos dois testes, fixou-se em 0,05 ou 5% (p ≤ 0,05) o nível para rejeição da hipótese de nulidade. Resultados: Células mesoteliais íntegras foram observadas em todas as amostras teciduais estudadas, nos dois momentos do pneumoperitônio. Não houve congestão do peritônio ou ocorreu em grau leve, em 58,9% (20/34), no momento A, e em graus leve e moderado, em 64,8% (22/34), no momento B, sendo estatisticamente semelhantes (p=0,405). A inflamação não ocorreu em 73,6% (25/34) no momento A. No momento B, predominaram os graus leve, moderado e intenso (55,9% ou 19/34), quando comparados aos ausentes (44,0% ou 15/34), com significância estatística (p=0,008). A hemorragia intersticial ocorreu em 23,5% (8/34) no momento A, e em 17,7% (6/34), no momento B, ambos com graus de congestão moderados e intensos, sendo estatisticamente semelhantes (p=0,532), e não houve inflamação ou ocorreu em grau leve, no momento A, e em graus leve, moderado e intenso, no momento B, com significância estatística (p=0,016). Não houve associação entre os volumes de CO2 utilizados e os graus de congestão e inflamação encontrados em ambos os momentos, sendo estatisticamente semelhantes. Conclusão: O pneumoperitônio com CO2, aos 60 minutos, não provoca alterações morfológicas no peritônio parietal e desencadeia uma discreta resposta inflamatória aguda.