Análise do ritmo de atividade e repouso e do perfil de melatonina em pacientes com doença de Fabry
Ano de defesa: | 2018 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=6313521 https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/52879 |
Resumo: | Introdução: A Doença de Fabry é causada por mutação no gene GLA, cuja consequência é o acúmulo de glicoesfingolípidos no interior dos lisossomos. A sintomatologia clássica da doença se desenvolve nas primeiras décadas de vida e abrange manifestações dermatológicas, neurológicas, oculares, cardíacas e renais. Já a manifestação não clássica é mais tardia e se restringe ao comprometimento do coração e dos rins. Além dos sintomas, os pacientes apresentam alterações comportamentais do ciclo sono/vigília, como sonolência diurna excessiva, distúrbios respiratórios do sono e movimento periódico de membros inferiores. A propensão ao sono é regulada por um componente homeostático e um componente circadiano, que é rítmico, oscila com uma periodicidade de aproximadamente 24 horas, sincronizado por pistas ambientais, e é orquestrado pelo sistema de temporização. Esse sistema pode ser avaliado por marcadores de ritmicidade biológica, como o ritmo de atividade e repouso e variação de temperatura corporal, assim como pelo ritmo endógeno de cronobióticos, como a biossíntese de melatonina. As alterações do ciclo sono/vigília observadas nos pacientes diagnosticados com Doença de Fabry podem estar relacionadas com uma modificação da ordem temporal interna e consequente modificação no padrão diário de melatonina, e talvez, na manifestação de outros ritmos. Objetivo: Avaliar o efeito da disfunção lisossômica na Doença de Fabry sobre os ritmos de atividade e repouso e de melatonina. Métodos:. Estudo do tipo caso-controle conduzido na cidade de São Paulo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. Foram recrutados 16 pacientes com variante clássica (11 em terapia de reposição enzimática, 10 mulheres) e 7 pacientes com variante não clássica (4 em terapia de reposição enzimática, 6 mulheres) com média de idade de 36,4 ± 3,0 anos e de 44,0 ± 4,6 anos, respectivamente. O grupo controle foi pareado por gênero e idade, sendo composto por 14 indivíduos (10 mulheres), com média de idade de 42,4 ± 3,2 anos. Foi feita uma avaliação por meio de três questionários (escala de sonolência diurna, identificação de cronotipo de Horne e índice de qualidade de sono), atividade e temperatura corporal periférica foram determinados por no mínimo 10 dias de uso do actígrafo e dosagem de 6-sulfatoximelatonina (segunda urina da manhã até 19:00 – Dia; 19:00 até a primeira urina da manhã do dia seguinte - Noite) e melatonina (19:00 às 21:30), na urina e saliva respectivamente. Resultados: O grupo controle apresentou porcentagem de carga excretada de 6-sulfatoximelatonina maior durante a noite que durante o dia. O grupo Fabry com a variante não clássica apresentou um aumento de excreção deste metabólito durante o dia quando comparado com grupo controle, enquanto no grupo Fabry com a variante clássica a oscilação observada no grupo controle estava ausente. Foi encontrado um aumento de período de temperatura corporal periférica entre o grupo Fabry com a variante clássica e o grupo controle. Não foram encontradas diferenças entre os grupos para os outros parâmetros avaliados. Conclusão: Esses resultados mostram que há uma alteração rítmica no perfil de 6-sulfatoximelatonina na Doença de Fabry, evidenciada pelas modificações de carga excretada deste metabólito observada nos pacientes. |