Se essa rua fosse minha: sexualidade e apropriação do espaço na “rua gay” de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Puccinelli, Bruno [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/41749
Resumo: Uma rua é feita de muitas coisas, inclusive de identidades. Uma rua não é só caminho para se chegar a outro lugar, espaço de acesso ao público ou coletivo ou lugar de interdição a quem quer evitar o perigo e a violência. Uma rua pode ser espaço para se estar e para se ser; ela em si pode estar e ser. A Rua Frei Caneca, localizada oficialmente no bairro da Consolação, imediações do Centro da cidade de São Paulo e próxima à Avenida Paulista, é o foco do presente trabalho, o qual traz à baila onde ela pode estar e o que ela pode ser. Pensar que a Frei Caneca pode se localizar em outro lugar que não o bairro ou a região oficialmente alocada pode parecer sem sentido. Mas, onde ela está afinal? E o que ela é além de uma rua? Paralela à Rua Augusta, esta conhecida outrora pela prostituição feminina, a Frei Caneca tem passado por diversas transformações imobiliárias que têm afetado sua constituição social e o entendimento de sua identidade. Sem querer sugerir uma proeminência do incremento em prédios e comércios na última década, aponto como isso tem ajudado a sedimentar a identidade da rua. Ao menos desde 2003 ela tem sido conhecida, e reconhecida, como a “rua gay” de São Paulo, após uma situação de conflito entre um casal gay e a administração do Shopping Frei Caneca, inaugurado em 2001. Em 2008 o projeto de oficializá-la como rua gay trouxe à tona uma série de atores cujos discursos buscam legitimidade ante a autorização de quem poderia falar sobre e pela rua. E há gays na rua? Mas há tantos assim? O que poderia significar ser gay na Frei Caneca? Esta dissertação é resultado da pesquisa que buscou entender o que diversos atores presentes na rua entendem por “rua gay”, por sua presença nela e como entendem a rua em si. Onde ela está, do que se aproxima e do que se afasta. Com foco privilegiado nos frequentadores que utilizam a rua como espaço de lazer noturno, ou caminho obrigatório antes de irem para o lugar de destino, a pesquisa busca demonstrar que uma rua e qualquer outro espaço citadino têm mobilidade: o concreto caminha, muda, se desfaz.