Negrinha na sala de aula: estímulo ao preconceito ou à reflexão?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Costa, Tatiane Cristina da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=10813189
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/58385
Resumo: Esta pesquisa pretendeu estudar o conto “Negrinha”, de Monteiro Lobato, explorando sua linguagem e contexto histórico de sua criação a fim de verificar a questão: o uso do texto “Negrinha” em sala de aula estimula o preconceito ou desperta a criticidade e a reflexão dos alunos a respeito do racismo? A pesquisa-ação foi o método escolhido para a verificação da recepção do conto para que o leitor pudesse ser ouvido e também para que a prática docente pudesse fornecer elementos para a análise da utilização do conto com os estudantes. Estabelecendo como objetivo analisar a recepção do texto selecionado pelos alunos, o trabalho adota como fundamentação teórica uma perspectiva crítica com relação aos estudos da ironia e tipos de leitura. Foram base para esta pesquisa os estudos sobre o racismo feitos por Francisco Bethencourt e Lilia Moritz Schwarcz, bem como as definições de raça e racismo oferecidas por Nicholas Wade e Abdias do Nascimento. Para verificar a hipótese levantada, foi elaborada uma atividade para ser desenvolvida em uma sala de Ensino Técnico Integrado ao Médio da Etec Abdias do Nascimento, em São Paulo, a fim de verificar a visão que os vinte e dois alunos participantes do estudo tiveram do texto, com relação ao preconceito racial. A interação com os estudantes foi gravada e transcrita, com autorização dos alunos e seus responsáveis. Após as atividades realizadas, os dados levantados foram analisados para que se verificasse se a metodologia utilizada pelo professor na sala de aula, ao tratar do texto, influenciou ou não a visão que os alunos dele tiveram e se o temor por parte de alguns intelectuais e pesquisadores de que o texto estimula o racismo seria real. A necessidade de verificar tal situação se dá, principalmente, pela tentativa de se tirar o livro do PNBE (Programa Nacional Biblioteca na Escola) ocorrida em 2012, baseada na justificativa de que o texto estimularia o racismo nos estudantes através do uso de palavras pejorativas relacionadas aos negros utilizadas pelo autor.