A natureza da ciência na educação científica: reflexões sobre as concepções dos professores de ciências.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Leite, Sabrina Sobral Marchetto [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66192
Resumo: Muitos trabalhos anteriores, realizados por pesquisadores em educação, alertaram sobre professores e estudantes nutrirem visões ingênuas sobre o processo científico. Entendemos que a Natureza da Ciência (NdC) poderia facilitar a compreensão da ciência como um empreendimento social e, portanto, permeada e condicionada por valores éticos, políticos, econômicos e culturais (alguns dos aspectos incompreendidos nestas pesquisas realizadas), contribuindo com a educação científica. Dessa forma, se a intenção é promover a educação científica, a imagem de ciência sustentada pelos professores passa a ter especial importância, uma vez que ela influenciará as abordagens e estratégias desenvolvidas por eles em sala de aula. Com base no exposto, a pesquisa em tela visa responder ao questionamento sobre quais seriam as concepções dos professores de ciências, que atuam nos anos finais da educação básica, sobre NdC e quais as possibilidades vislumbradas por eles para inserir essa temática em suas aulas. Para a presente investigação, contamos com um grupo bastante heterogêneo formado por 24 professores de ciências e alicerçamo-nos nos referenciais teóricos de Gil-Pérez e Lederman, que se opõe a uma visão positivista e ingênua da ciência. Do ponto de vista metodológico, realizamos uma pesquisa qualitativa e utilizamos como instrumentos de coleta de dados questionários e entrevistas semiestruturadas. Para a interpretação dos resultados, escolhemos a análise de conteúdo proposta por Laurence Bardin; pudemos perceber que entre os professores participantes desta pesquisa, algumas visões ingênuas, antes amplamente presentes no discurso docente e demostradas em diversas pesquisas anteriores à essa, se mostraram muito tímidas ou não foram detectadas, e que as propostas estratégicas para inserir a NdC em sua prática são coerentes com a imagem de ciência sustentada pelos docentes. No entanto, é importante ressaltar que nossa análise ocorreu com um número pequeno de professores e, apesar de otimistas, não podemos ainda falar em uma mudança significativa o suficiente para supor um impacto positivo na educação científica dos estudantes da educação básica. Nesse sentido, acreditamos ser importante que outras pesquisas busquem observar se essas concepções se mantêm em outros e mais extensos grupos de professores de ciências e, caso isso ocorra, quais os efetivos impactos delas nos estudantes da educação básica.