Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Ravazoli, Marcio Roberto [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/57404
|
Resumo: |
Desde os tempos remotos, o homem precisou aprender a caçar, se vestir, se proteger e fez isso mimetizando o comportamento dos animais, que o fazem por instinto. Com o ato de curar não foi diferente. No Brasil, o uso de plantas bioativas é anterior ao período de colonização. Usadas pelos indígenas, as espécies brasileiras bioativas da flora nativa tiveram seu registro com a chegada dos jesuítas ao país, os quais, além da colonização destes povos, também atuavam como boticários, médicos e enfermeiros. Atualmente, o cerrado brasileiro continua sendo um berço de espécies vegetais com potencial para se tornarem fitoterápicos, incluindo a espécie Mouriri pusa Gardner (Melastomataceae), utilizada popularmente como antiúlceras gástricas, sobretudo nas regiões norte e nordeste. Esta atividade deve estar relacionada à presença de taninos e flavonoides nos extratos alcoólicos e aquosos. Neste contexto, o objetivo deste trabalho foi realizar a obtenção de extrato seco e padronizado a partir das folhas de M. pusa por aspersão, utilizando os flavonoides quercetina e miricetina como marcadores. A caracterização da matéria-prima quanto a granulometria, teor de cinzas e teor de umidade, seguiu recomendações da Farmacopeia Brasileira 5ª edição. O extrato líquido foi obtido por percolação e avaliado quanto ao seu teor alcoólico, densidade relativa, teor de sólidos totais e teor de flavonoides. O processo de secagem por aspersão foi desenvolvido e avaliado por meio de planejamento experimental do tipo fatorial completo 23 . Os fatores avaliados foram fluxo de alimentação, concentração de adsorvente (Aerosil® 200) e temperatura de entrada, avaliandose o rendimento, umidade e o teor de flavonoides como resposta. Em seguida, a condição que proporcionou maior concentração de flavonoides, menor umidade e maior rendimento, foi utilizada para a obtenção do extrato seco. O extrato obtido passou por avaliação de umidade, rendimento, teor de flavonoides, tamanho e forma das partículas, área superficial e também por ensaio de citotoxicidade. As folhas secas e moídas de M. pusa, classificadas como pó fino a finíssimo, foram analisadas apresentaram em média de 8,54 % de umidade e 4,46 % de cinzas totais. O extrato líquido apresentou teor alcoólico de 69%, densidade relativa de 0,896 g/mL, concentração de sólidos totais de 11,5 mg/mL e concentração de flavonoides totais de 190,4 μg/mL, sendo 134,1 μg/mL de quercetina e 56,3 μg/mL de miricetina. O processo de secagem foi otimizado, apresentando como melhores condições, a temperatura de entrada de 160°C, a concentração de Aerosil® 200 de 50% e o fluxo de alimentação de 6 mL/min. Nestas condições, o extrato apresentou teor de umidade 3,2%, rendimento de 78,4% e teor de flavonoides entre 0,5 e 1% (0,71%). A microscopia eletrônica de varredura demonstrou partículas esféricas com variação de tamanho entre 3 e 15,1 µm. O extrato seco também apresentou uma área superficial específica de 86.829 m²/g. O valor de IC50 obtido para citotoxicidade foi de 4.6 mg/mL, por meio deste valor, foi possível estimar a DL50 de 2435.3 mg/kg. Portanto, o processo de secagem se mostrou adequado, possibilitando a obtenção de um extrato seco com teor de 0,71% de flavonoides, além de baixo teor de umidade e rendimento >75%. |