Responsabilidades do professor e da instituição escolar e a ineficiência da escola primária: debates na Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (1952-1961)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Dumont, Sandra Gomes [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/68456
Resumo: Neste trabalho, buscamos identificar como alguns debates, nos anos 1950, que antecederam a Lei nº 4.024/61 (LDBEN/61), situam professores e a própria instituição escolar na ineficiência da escola primária no Brasil, representada por altas taxas de reprovação, repetência, evasão ou abandono e de rendimento dos estudantes abaixo do esperado. Constituem fonte principal para a pesquisa publicações da Revista Brasileira de Estudos Pedagógicos (RBEP), criada em 1944, pelo Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (Inep), órgão do então Ministério de Educação e Saúde. Esse periódico, conforme já revelado por extensa produção historiográfica, foi, nos anos 1950, importante veículo de divulgação e discussões relacionadas a políticas educacionais e temas associados que circundaram a elaboração da mencionada LDBEN. A pesquisa foi realizada por meio de análise documental e tomou como referência a concepção de representação, segundo Roger Chartier, bem como a literatura específica sobre a temática. Verificamos que os debates veiculados na Revista põem foco na ineficiência da escola primária e, como forma de enfrentar esse problema, apontam soluções administrativas e pedagógicas que incluem a descentralização dos recursos, a municipalização das escolas, a ampliação de vagas, a promoção automática e a formação de professores. As nossas fontes mostraram uma centralidade no professor primário que, embora encontre várias dificuldades na sua formação e atuação, a ele cabe a responsabilidade pelos resultados da educação e das reformas. Responsabilidade que diz respeito tanto a atribuições como à consequência dos próprios atos. Verificamos ainda uma responsabilidade direta do professor pela ineficiência da escola e, por isso, a má formação do professor e o elevado número de mestres leigos são pontos essenciais no enfrentamento do problema para o qual a constituição dos Centros de Pesquisa e os Serviços de Formação e Aperfeiçoamento do Magistério contribuiriam.