Síndrome pós-poliomielite (SPP): uma nova doença velha

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Quadros, Abrahão Augusto Juviniano [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20551
Resumo: A Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) é uma doença ainda desconhecida no Brasil, os trabalhos epidemiológicos que mostram os casos dessa síndrome são escassos. O presente estudo visa analisar os casos de poliomielite paralítica na cidade de São Paulo com o objetivo de determinar as características clínicas atuais destes pacientes e de identificar aqueles com sinais e sintomas compatíveis com SPP. Foram avaliados 167 pacientes com história de poliomielite paralítica prévia, sendo 64 masculinos e 103 femininos com idades de 14 a 72 anos, média de 46,41 anos, mediana 46 anos e desvio padrão de ± 9,80 anos. Basendo-se em critérios diagnósticos clínicos, usados atualmente pela maioria dos pesquisadores 129 pacientes apresentavam SPP, correspondendo um percentual de 77,2% da população de pacientes com história de poliomielite paralítica, sendo 64 do sexo masculino (38,3%) e 103 do sexo feminino (61,7%). A idade média da instalação da poliomielite paralítica variou entre 11 dias e 19 anos, com média de 2,8 anos. O período de recuperação funcional variou de uma semana a 16 anos, com média de 3,7 anos. O platô de estabilidade funcional variou de 13 a 69 anos, com média de 38 anos. As principais manifestações clínicas encontradas foram: 1- Nova fraqueza (129 casos 100%); 2- Cansaço (119 casos 92,2%); 3- Ansiedade (107 casos 82,9%); 4- Dor articular (103 casos 79,8%); 5- Fadiga (100 casos 77,5%); 6- Dor muscular (98 casos 76,0%); 7- Distúrbio do sono (93 casos 72,1%); 8- Intolerância ao frio (90 casos 69,8%); 9- Cãibra (86 casos 66,7%); 10- Desvio da coluna (21 casos 55,3%); 11-Aumento de peso (75 casos 58,1%); 12- Fasciculação (68 casos 52,7%); 13- Nova atrofia (63 casos 48,8%); 14- Cefaléia (62 casos 48,1%); 15- Depressão (62 casos 48,1%), 16- Problemas respiratórios (53 casos 41,1%); e, 17- Disfagia (27 casos 20,9%). Comparando-se o grupo de pacientes com SPP com aqueles que apresentam-se com as seqüelas tardias de pólio (STP) verificou-se que: Quanto às características epidemiológicas - sexo, idade, etnia e antecedente vacinal, e as características clínicas - intolerância ao frio, desvio de coluna, fasciculação, depressão e disfagia - não houve diferença significativa. Quanto a outras características clínicas - nova atrofia, cansaço, ansiedade, dor articular, fadiga, dor muscular, distúrbio do sono, cãibra, aumento de peso, cefaléia e problemas respiratórios, houve diferença significativa entre os dois grupos sendo com maior freqüência no grupo SPP. A instalação das manifestações compatíveis com a SPP acarretam uma piora na funcionalidade e na qualidade de vida, conferindo a necessidade de identificação da SPP para que medidas profiláticas e terapêuticas sejam instituídas.