Aspectos de saúde de pacientes sobreviventes da poliomielite durante a pandemia por Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Nogueira, Jeyce Adrielly André [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/71068
Resumo: Objetivo: Avaliar os aspectos relacionados à saúde mental e física de pacientes com sequela de Poliomielite Anterior Aguda (PAA), diagnosticado com Síndrome Pós Poliomielite (SPP) e em investigação diagnóstica durante a pandemia por Covid-19. Método: Foi realizada uma pesquisa epidemiológica do tipo observacional com pacientes com sequelas de PAA e SPP através de questionário online executado na plataforma de formulários do Google. O link foi compartilhado por mídias sociais e pelo site da Associação G-14 de apoio aos pacientes com PAA e SPP. No questionário foram abordadas questões epidemiológicas, de saúde física e mental. A análise descritiva foi feita através do cálculo das frequências absolutas (n) e relativas (%). O teste Qui-quadrado foi utilizado para comparação entre os grupos estudados. Resultados: Foram obtidas 383 respostas, os participantes foram divididos em três grupos: GP (grupo com sequela de poliomielite) – 141 (36,8%); GSPP (grupo diagnosticado com SPP) – 193 (50,4%) e GSPPi (grupo de pessoas que estavam em investigação de SPP) – 49 (12,8%). O sexo feminino, faixa etária de 50 a 59 anos e Ensino Superior Completo foram mais prevalentes em todos os grupos. Cerca de 61,7% do GSPP relataram estar desempregados apresentando diferença estatisticamente significante entre os grupos: GP (41,8%) e GSPPi (34,7%). Foi observada maior prevalência do GSPP entre os pacientes que fazem acompanhamento em centro especializado (p<0,001). O acometimento mais encontrado foi a monoparesia no GP e GSPPi, no GSPP a tetraparesia foi mais relatada. A maioria dos participantes é deambulante (83,6%) independente do grupo a que pertence. Foi observada maior frequência de uso da cadeira de rodas no GSPP (33,7%; p=0,013). A falta de ar foi apontada por 50,8% do GP e 53,1% do GSPPi. Com relação às modificações nos aspectos mentais durante a pandemia, os participantes relataram: estar mais ansiosos e estressados durante a pandemia – GP 36,4%, GSPP 43,5% e GSPPi 42,9% (p=0,358); sentimento de maior vulnerabilidade do que outras pessoas devido à condição física – GP 37,1%, GSPP 46,6% e GSPPi 40,8% (p=0,285); dificuldade em relaxar GP 26,4%, GSPP 36,3% e GSPPi 40,8% (p=0,073); estar se sentindo mais produtivo no trabalho – GP 14,3%, GSPP 4,1% e GSPPi 6,1% (p=0,009). Com relação às modificações nos aspectos físicos durante a pandemia, os participantes relataram: aumento da fadiga/ cansaço – GP 32,6%, GSPP 45,6% e GSPPi 46,9% (p=0,039); piora da fraqueza – GP 24,1%, GSPP 42%, GSPPi 42,9% (p=0,002); aumento no número de quedas – GP 7,8%, GSPP 14%, GSPPi 22,4% (p=0,024); maior dificuldade na realização das tarefas de casa e de autocuidado – GP 21,3%, GSPP 30,1% e GSPPi 36,7% (p=0,066). Conclusão: Foi observado um acometimento mais grave assim como maior impacto à saúde mental nos pacientes diagnosticados com SPP. O grupo em investigação diagnóstica apresentou semelhança clínica com o GSPP, entretanto relataram mais relatos de quedas, cãibras, dificuldade na realização de atividades diárias e queixa de falta de ar. Este fato aponta a vulnerabilidade a qual este grupo está exposto e reforça a importância do diagnóstico precoce e cuidado adequado a fim de prevenir complicações e, de certa forma, retardar o processo de perda funcional decorrente da evolução da doença.