Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lucio, Amanda Costa Ferreira |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/11600/72502
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Resumo: |
O jornal Presença, publicado em dois números no final de 1971, fez parte de uma série de publicações undergrounds que emergiram no início da década de 1970 no Brasil. Esses jornais fomentaram espaços de reflexão e divulgação das práticas relacionadas à contracultura, estimulando a criação de campos de atuação para uma comunidade de jornalistas, poetas, artistas, escritores e outros agentes, e a formação de um público leitor específico. Embora impresso no Rio de Janeiro e editado por Rubinho Gomes, Antonio Henrique Nitzsche e Joel Macedo, o jornal articulou um circuito envolvendo indivíduos de diversas regiões do país e do exterior. Esta dissertação também inaugura uma análise dedicada ao impresso, propondo, por meio da observação de sua arqueologia, uma leitura da contracultura fora de suas designações rígidas enquanto momento histórico, revisando sua proposta homogênea ao analisar uma atuação “contra a cultura” emergente no período dos anos de chumbo (1968-1972) da ditadura civil-militar brasileira, circunscrita aos fenômenos locais na apropriação das reverberações desse imaginário que chegavam de outros locais como referência. Na aproximação dos “artistas marginais”, vinculados à vanguarda e ao experimental, com as práticas contraculturais, identificou-se a articulação de uma nova sensibilidade que agenciou ambos imaginários, subvertendo a objetividade na reformulação da linguagem e das formas, enquanto também criticava a sociedade industrial. Essa prática foi reforçada pelo contato com outros grupos, publicações e referentes culturais de contextos geográficos variados, como Nova York e Londres, permitindo a apropriação de modelos editoriais da imprensa underground em uma rede de contatos transnacional que ampliou a circulação dessas fórmulas no Brasil. Para tanto, o estudo tomou como método analítico a materialidade enquanto forma produtora de sentido, o exame dos modelos de leitura, espaços de circulação e atuação dos intelectuais na mediação desses trânsitos culturais para identificar os referentes partilhados, assim como suas redes de sociabilidade, identificadas e examinadas a partir de correspondências, entrevistas e publicações na imprensa, de modo a investigar como suas representações atribuíram elementos para a elaboração da “imprensa subterrânea” brasileira como parte de uma rede que envolveu a circulação de sujeitos e impressos. |