Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2006 |
Autor(a) principal: |
Bocalini, Danilo Sales [UNIFESP] |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/21524
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Resumo: |
Este trabalho foi conduzido com o propósito de reanalisar a sistemática de normalizar os valores da força desenvolvida em preparações de músculos papilares. Foram avaliados os valores das tensões desenvolvidas tomados como valores absolutos da força, normalizados pela área de secção e pela massa miocárdica participante da contração. Foi considerado como válido o pressuposto de que amostras miocárdicas distintas, advindas do mesmo coração, devem exteriorizar variáveis funcionais comparáveis. Foram utilizados trinta e cinco ratos Wistar-EPM. Em cada experiência, foi analisada a ação mecânica dos músculos papilares anterior (PA) e posterior (PP) do mesmo coração contraindo isometricamente. Foram determinadas as variáveis funcionais no comprimento ótimo - Lmáx - e em comprimentos correspondentes a 92 por cento, 94 por cento, 96 por cento, 98 por cento de Lmax, possibilitando a determinação da curva estiramento-tensão desenvolvida (relação de Frank¬Starling) para cada músculo. Foram determinados: tensão desenvolvida (TD), tensão de repouso (TR), taxa máximas da variação da tensão desenvolvida positiva (+dT/dt) e negativa (-dT/dt), tempo para atingir o pico da tensão desenvolvida (TPT), tempo para a tensão desenvolvida decrescer 50 por cento do seu valor máximo (TR50 por cento). Foram estabelecidos dois protocolos. No protocolo A (23 pares de músculos) os músculos foram analisados respeitando-se seus comprimentos naturais e no protocolo B (12 pares de músculos) os PP eram intencionalmente reduzidos no seu comprimento, para que operassem com massas miocárdicas inferiores às do PA Os valores verificados para as variáveis que envolvem força foram considerados em seus valores absolutos (em gramas), normalizados pela área de secção (gramas/milímetro quadrado), e pela massa de miocárdio participante da contração (gramas/miligrama). Os dados foram apresentados sob a forma de médias ± epm. Para efeito das comparações foi utilizada ANOVA com p < 0,05. A massa miocárdica dos PP do protocolo A (PPA: 9,57 ± 0,51 mg) foi maior em relação aos outros músculos, enquanto a massa dos PP do protocolo B (PPB: 5,37 ± 0,20 mg) foram menores em relação aos outros músculos. A massa dos PP do protocolo A (PAA: 6,33±0,37mg) e do protocolo B (PAB:6,92±0,31mg) não diferiram entre si. A média dos comprimentos dos músculos PP do protocolo A, em Lmáx (7,44 ± 0,29 mm), foi maior do que as dos demais músculos(PAA: 4,96 ± 0.19 mm, PAB: 5,87 ± 0,24 mm, PPB: 4,31 ± 0,16 mm) e o comprimento de PPB foi menor em relação a todos os demais. Não se identificaram outras diferenças. Os valores das AS dos músculos posteriores (PPA: 1,26 ± 0,05 mm2 ; PPB: 1,26 ± 0,05 mm2 ) e anteriores (PAA: 1,24 ± 0,01 mm2 ; PAB: 1,18 ± 0,02 mm2 ) não foram diferentes. Verificou-se que a TD absoluta foi maior para o músculo de maior massa PPB (6,71 ± 0,28 g) em relação aos outros PAA (4,71 ± 0,24 g; PAB: 4,96 ± 0,25 g; PPB: 3,91 ± 0,31 g) quando corrigida pela AS dos músculos papilares com maior massa contrátil (PPA) foi mais elevada do que as dos demais músculos: PPA: 5,47 ± 0,28 g/mm2 ; PAA: 4,17 ± 0,34 g/mm2 ; PAB: 4,22 ± 0,23 g/mm2 ; PPB: 3,22 ± 0,31 g/mm2 . Interessantemente, ao se normalizar a força desenvolvida pela massa miocárdica as diferenças entre as TD desapareceram (PAA: 0,73 ± 0,09 g/mg; PPA: 0,68 ± 0,05 g/mg; PAB: 0,74 ± 0,05 g/mg; PPB: 0,76 ± 0,09 g/mg). Os valores absolutos das TD, considerados em gramas, correlacionaram-se significantemente com o peso miocárdico (r = 0,5830; p <0,0001) e não se correlacionaram com as áreas de secção transversa (r = 0,1; p > 0,05). De forma semelhante, os valores da +dT/dt absoluta dos PPA (70 ± 2,5 g/s) foi superior a dos demais musculos PAA (49 ± 2,3 g/s) PAB (52 ± 1,3 g/s) e PPB (39 ± 3,7 g/s). Quando os dados foram normalizados pela AS os valores foram mais elevados nos músculos de maior massa (PPA), e foram inferiores nos de menor peso: PPA (57 ± 2,7 g/mm2 /s) > PAA (43 ± 3,4 g/mm2 /s) = PAB (44 ± 1,4 g/mm2 /s) = PPB (32 ± 3,6 g/mm2 /s). Quando os valores são analisados em função dos pesos dos músculos tais diferenças desaparecem (PAA: 7,67 ± 0,93 g/mg/s; PPA: 7,12 ± 0,43 g/mg/s; PAB: 7,76 ± 0,40 g/mg/s; PPB: 7,71 ± 0,92 g/mg/s). Tal como ocorreu com a TD, os valores absolutos da + dT/dt se correlacionaram com a massa miocárdica (r = 0,6083; p< 0,0001), enquanto com a área de secção não foi identificada correlação (r = 0,0948; p > 0,05). Os valores da TR corrigidos pela área seccional dos PA (PAA: 0,86 ± 0,05 g/mm2 e PAB: 0,84 ± 0,06 g/mm2 ) não foram diferentes entre si e não diferiram do PP analisado com sua massa nativa (PPA: 0,94 ± 0,04 g/mm2 ). Contudo, os PA tiveram menor tensão de repouso do que o PP analisado com massa miocárdica reduzida (PPB: 1,17 ± 0,09 g/mm2 ). Corrigindo os valores pela massa, os papilares de menor massa atingiram valores (PPB: 0,28 ± 0,02 g/mg) significativamente maiores em relação aos demais músculos (PAA: 0,15 ± 0,01 g/mg; PPA: 0,10 ± 0,01 g/mg; PAB: 0,15 ± 0,01 g/mg). Não foram identificadas outras diferenças. Não se identificaram diferenças nos valores da taxa negativa de variação de tensão, no TPT e no TR50% dos músculos papilares em ambos os protocolos. As curvas estiramento-TD dos músculos papilares de maior peso (PPA) determinadas em comprimentos de 92, 94, 96, 98 e 100% de Lmáx situaram-se acima das demais, quando os valores foram corrigidos pelas áreas de seção. Houve superposição entre as curvas correspondentes aos músculos de pesos equivalentes (PAA e PAB). Os dados dos músculos de menor peso (PPB) foram inferiores aos valores de PPA, mas não diferiram significantemente de PAA e PAB. Quando os valores foram corrigidos pelo peso dos músculos, as diferenças descritas anteriormente desapareceram. Quando os valores da +dT/dt foram expressos em função da AS os valores de PPA foram superiores a PAA e PPB, contudo, não diferiram de PAB. Em adição, PAA e PAB não diferiram entre si e também não diferiram de PPB. Quando os dados de +dT/dt são analisados como função da massa miocárdica, todas as diferenças desaparecem. Os valores da TR de PPB situaram-se acima dos demais músculos (PAA, PPA e PAB) em todos os pontos percentuais do comprimento em repouso. O mesmo fato ocorreu quando os dados foram expressos com base nos pesos musculares: os valores de PPB foram mais elevados em relação aos demais músculos (PAA, PPA e PAB) em todos os pontos percentuais de Lmáx. Os valores da –dT/dt corrigida pela área seccional ou pela massa miocárdica não foram diferentes estatisticamente. Não foram identificadas diferenças significantes entre os diversos valores do TPT e do TR50%. Em conclusão nossos dados indicam que a normalização das variáveis pelo peso do músculo resulta em valores que assumem que amostras distintas do mesmo coração devam externar valores similares em parâmetros contrateis. |