Práticas de ensino de língua portuguesa para surdos em uma escola do interior paulista

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Miranda, Clara Lúcia Puertas de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69049
Resumo: A investigação sobre as práticas de ensino de língua portuguesa para surdos apresenta-se como um registro dos encaminhamentos político-pedagógicos atuais no que diz respeito à educação destes estudantes. Seguindo a perspectiva do bilinguismo e do biculturalismo, pode-se questionar como se dão as práticas de ensino de língua portuguesa para surdos ou se existem orientações curriculares, na área de língua portuguesa, próprias para esses alunos. Tais indagações motivam esta pesquisa que tem como objetivo analisar as práticas de ensino de língua portuguesa para surdos constituídas dentro de uma escola nomeada como “Projeto Especial de Libras e da Língua Portuguesa como Segunda Língua para Alunos Surdos”, no interior paulista. O trabalho apoia-se no campo epistemológico dos Estudos Surdos, por meio de levantamento bibliográfico em experiências no âmbito da educação (dentre os quais destacam-se: Carlos Skliar, Ronice MülIer de Quadros, Sueli de Fátima Fernandes e Gladis Perlin) e em pesquisas sobre o letramento em língua portuguesa (Lodenir Becker Karnopp, Ana Claudia Balieiro Lodi, Maria Cristina da Cunha Pereira e Roxane Rojo). Assumindo uma abordagem de natureza qualitativa, o contato com a escola investigada favoreceu a análise de documentos oficiais e escolares, a observação de atividades de língua portuguesa para surdos e duas entrevistas, sendo uma com a professora de sala regular e a outra com a docente interlocutora de Libras (que assume o papel de professora e tradutora/intérprete de Libras, no contexto observado). A perspectiva sócio-histórico-cultural (Lev Semenovitch Vygotsky) compôs o caminho da análise dos materiais coletados, compreendendo o objeto de estudo e o conhecimento como uma construção social, possibilitada por meio das interações da linguagem entre sujeitos. Os resultados enfatizam a importância da interação em Libras para a ampliação dos conhecimentos que envolvem o letramento na língua portuguesa, pois a língua de sinais constitui-se como a base do entendimento das diferentes manifestações de uso da escrita. O desafio pedagógico refere-se à necessidade de organização de atividades com foco na forma e no significado da língua escrita, passando pelos estímulos visuais e pela comparação/contraste entre as duas línguas – Libras e língua portuguesa.