Educação Bilíngue e Cultura Surda: interlocuções à Identidade Bicultural
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Educação Brasil UEG UEG ::Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Educação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1128 |
Resumo: | A presente pesquisa apresenta como tema a Educação Bilíngue-Bicultural no contexto da surdez. A questão problema que deu origem à investigação foi: em que medida a Educação Bilíngue pode proporcionar desenvolvimento inclusivo à comunidade surda ao impulsionar desenvolvimento identitário e cultural? O objetivo geral da pesquisa é: analisar narrativas de pessoas surdas para identificar se há relevância na Educação Bilíngue no desenvolvimento cultural, identitário e na superação de barreiras comunicacionais. Do ponto de vista metodológico, o estudo configura-se em uma pesquisa com abordagem qualitativa, fenomenológica, bibliográfica e empírica, sendo desenvolvidas exploração teórica e proposta de pesquisa narrativa com participação de 03 (três) pessoas surdas maiores de 18 (dezoito) anos. O foco da pesquisa se ancorou na questão de formação cultural e identitária dos participantes em relação à história de vida dessas pessoas, à Língua de Sinais e suas contribuições. Sendo assim, o estudo está fundamentado em autores e documentos legais que desenvolvem estudos sobre cultura, Cultura Surda, educação, inclusão, Identidade Surda e Educação Bilíngue. Mello (2009), Geertz (2008), Eagleton (2011), Certeau (1995), Laraia (2001) e Bauman (2012) sustentaram a discussão sobre o conceito de cultura. Bagno (2013), Quadros (1997; 2015), Saussure (2006), Laborit (2000), Vilhalva (2004), Brasil (1996; 2002; 2005; 2021) foram basilares para refletir sobre língua, Bilinguismo e Educação Bilíngue. Stuart Hall (1997; 2006) e Skliar (1998; 2005) fundamentaram na investigação da relação entre educação e identidades, sendo que Strobel (2008), Campos e Stumpf (2012), Sá (2010), Perlin (2005), Gesser (2009), Dammeyer e Marschark (2016) auxiliaram nessa reflexão diante da especificidade cultural e identitária no contexto da surdez. Para tanto, Clandinin e Connelly (2015), Muylaert, Júnior, Gallo, Neto, Reis (2014) e Minayo (2014; 2009) ancoraram nos processos metodológicos desenvolvidos. Os resultados obtidos dos dados teóricos, empíricos e de suas vinculações nos indicaram emersão de oito unidades de sentido, sendo elas: i) Libras, língua como identidade; ii) aceitação social da surdez; iii) o isolamento, a solidão; iv) interesse social; v) acessibilidade; vi) Educação Bilíngue e sociedade bilíngue; vii) inclusão e Educação Inclusiva; viii) Cultura Surda e o Bicultural. Os resultados nos levaram a entender e concluir cultura como construção social de significações, parte e partícipe da constituição social e identitária do sujeito, como expressão da essência do ser humano, de suas diferenciações e especificidades, de seu caráter político, como identidade, transpassadas e transformadas por sistemas de comunicação. Pontou-se o fato de que a educação no contexto da surdez ainda precisa de investimentos a longo prazo que ratifique o que é ser surdo, que ancore sua existência baseada em fenômenos e experiências próprias da pessoa surda. Foi possível desvelar, então, que a aquisição e desenvolvimento da língua e suas manifestações na linguagem por meio da Língua de Sinais lança possibilidade de compreensão do mundo à pessoa surda e ressignifica sua existência nele, ou seja, representa possibilidade de desenvolvimento cultural e identitário. Sendo assim, o “bi” no contexto da educação de surdos precisa ser deslocado de significação do “entre” ao “além”. |