Atividade antitumoral de derivados do benzofuroxano in vitro e in vivo: mecanismo de ação dos compostos N-Br e N-I na indução da apoptose em células de melanoma murino B16F10-Nex2

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Farias, Camyla Fernandez de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://sucupira.capes.gov.br/sucupira/public/consultas/coleta/trabalhoConclusao/viewTrabalhoConclusao.jsf?popup=true&id_trabalho=2680450
http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/46302
Resumo: O melanoma maligno é um câncer de pele de alta letalidade e agressividade com poucos recursos terapêuticos em sua fase metastática. Estudos in vitro e in vivo mostram que as células tumorais dependem de níveis mais elevados de espécies reativas de oxigênio (ROS) para sobreviver, e muitos quimioterápicos utilizam desta característica para exercerem sua atividade antitumoral, elevando os níveis de ROS à quantidades acima do suportado pelas células tumoral como é o caso da antraciclinas, como a doxorubicina. O nifuroxazide é um antibiótico utilizado em doenças infecciosas da classe 5-Nitrofuran e que apresenta diversos efeitos colaterais tóxicos. Vinte e três análogos derivados da substituição deste radical pelo benzofuroxano, um radical conhecido por atuar na geração de ROS, foram utilizados no presente trabalho para avaliação de sua atividade citotóxica e antitumoral contra o melanoma e diferentes linhagens tumorais humanas, tais como melanoma (A2058), carcinoma cervical (Hela), cancer de mama (MCF-7), carinoma de ovário (Ovcar-3) e glioblastoma (U87). Observamos que todos os compostos apresentam um potencial citotóxico contra células de melanoma murino B16F10-Nex2, com destaque para os análogos N-Br e N-I. Esses análogos foram os mais ativos contra o a maioria das linhagens tumorais humanas além de apresentarem significativa proteção contra o melanoma metastático e subcutâneo in vivo, tanto em animais imunocompetentes quanto em animais imunossuprimidos. Observamos que os análogos N-Br e N-I induzem apoptose nas células tratadas, evidenciada pela formação de ?blebs? na membrana plasmática, condensação do DNA, fragmentação nucleossomal no padrão de escada em gel de agarose e indução da externalização de fosfatidilserina na membrana plasmática. Verificamos que a apoptose induzida por N-Br e N-I ocorre pela via intrínseca mitocondrial em células de melanoma B16F10-Nex2, visto que estes compostos reduziram significativamente a integridade do potencial de membrana externa da mitocôndria. Posteriormente, identificamos ativação de caspase 9, 3 e clivagem de PARP no tratamento induzido pelos compostos. Verificamos que o mecanismo pelo qual estes compostos induzem seu efeito citotóxico nas células B16F10-Nex2 é decorrente da geração de ROS nestas células, e a citotoxicidade celular foi inibida mediante a pré-incubação das células com N-acetil-cisteína (NAC), anulando assim diversos fenômenos até aqui observados. Por fim, verificamos que a indução de ROS pelos análogos N-Br e N-I resultou na regulação da ativação de AKT, um importante componente da sobrevivência celular, seguido do aumento da expressão de BIM, um importante componente de progressão da via intrínseca da apoptose. A capacidade de induzir apoptose intrínseca, associado ao efeito contra melanoma in vivo torna os derivados N-Br e N-I estruturas promissoras para o tratamento do melanoma maligno abrindo uma nova possibilidade terapêutica.