Os engenheiros mineiros no contexto da industrialização nacional: as contribuições de Lucas Lopes (1930-1960)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Bento, Amanda Mayara da Silva [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63781
Resumo: Este trabalho busca identificar as principais contribuições dos engenheiros mineiros no processo de industrialização regional, com foco na trajetória de Lucas Lopes, visto como fruto da reformulação da burocracia pública pós 1930 e representando de forma concreta a figura do engenheiro de Minas Gerais que se tornou um dos principais planejadores da industrialização nacional. Dessa forma, faz parte dos objetivos desse trabalho analisar de maneira integrada as condições que fortaleceram a inserção dos engenheiros mineiros no setor público, identificar o início desse processo em Minas Gerais a partir da participação do Estado modernizante e desenvolvimentista na economia, diante das particularidades históricas da indústria mineira. O método utilizado consiste na pesquisa bibliográfica sobre as particularidades e percalços da indústria mineira entre os séculos XIX e XX, presentes em obras como de Diniz (1978) e Paula (2001), os trabalhos que tratam sobre os engenheiros de Minas Gerais como em Barbosa (2012) e suas instituições de formação, especialmente a EMOP, apresentada por Carvalho (2010). No caso do estudo sobre Lucas Lopes, a análise integra referencias que tratam sobre sua trajetória profissional e pensamento econômico, como em Rodrigo Lopes (2006) e Fernanda Araújo (2010), e no estudo de documentos referentes a seus projetos, como o “Plano de Eletrificação de Minas Gerais” e “Memórias sobre a Mudança da Capital Federal”. Uma das principais considerações obtidas dessa análise, consiste na identificação de que os engenheiros inseridos na burocracia pública tiveram a característica de circulação entre a esfera pública e a esfera dos interesses privados do período que levaram a um objetivo em comum de romper com o atraso econômico relativo da região, a partir da elaboração de projetos voltados a modernização produtiva. Esse espaço ganho pelos engenheiros foi possível com o apoio dos diferentes governos que dirigiram o estado entre 1930 e 1950 e a organização desses projetos. Lucas Lopes, por sua vez, foi a expressão concreta do engenheiro mineiro inserido no setor público que demonstrou aspectos do pensamento desenvolvimentista a partir da década de 1930, colaborando no planejamento do avanço do setor energético da região. Sua trajetória, em especial, evoluiu do setor público estadual para o federal, entre os anos de 1940 e 1950. Tal experiência determinou seu pensamento econômico inserido em seus projetos voltados ao desenvolvimento industrial brasileiro e sua visão particular em relação a ideologia nacionalista daquele período, defendendo o capital estrangeiro para maior produtividade industrial, além de ter demonstrado defesa a uma política ortodoxa para conter a crise inflacionária, a partir da elaboração do Plano de Estabilização Monetária, em 1958