Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Freitas, Alexander de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/48/48134/tde-24092009-153918/
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Resumo: |
Esta pesquisa foi fundamentada teórico-metodologicamente por uma perspectiva de análise interpretativa e tradutora do significado de imagens e de símbolos verbais e não-verbais (hermenêutica semântico-simbólica). Seu objetivo principal foi investigar a influência e a coimplicação das imagens iconográficas e arquitetônicas pertencentes às igrejas barrocas de Ouro Preto na formação de um imaginário barroco que se prolonga até a contemporaneidade. Como fonte de pesquisa iconográfica utilizou-se principalmente imagens e símbolos presentes na Matriz de Nossa Senhora da Conceição (Antônio Dias), na Igreja da Ordem 3a de São Francisco de Assis, na Matriz de Nossa Senhora do Pilar e na Igreja de São Miguel e Almas, Sagrados Corações e Senhor Bom Jesus de Matozinhos de Ouro Preto. Como fontes de pesquisa do imaginário ouro-pretano, destacam-se: 1) fontes etnográficas: depoimentos de moradores de Ouro Preto; 2) fontes literárias: textos de Drummond, Pedro Nava, Murilo Mendes, entre outros; 3) fontes visuais: pinturas de Alberto da Veiga Guignard, pinturas realizadas por José Joaquim de Oliveira e por José Roberto Grão Mogol (Oficina de arteterapia do Centro de Atenção Psicossocial de Ouro Preto), além de fotografias de Edward Zvingila sobre a cidade. Aplicando-se a hermenêutica semântico-simbólica à iconografia barroca recolhida, verificou-se que a sua mensagem conduzia a quatro tipos de representações dos medos da morte: 1) imagens da morte-martírio e da função redentora da mortificação corporal; 2) imagens do medo do Julgamento e da condenação; 3) imagens macabras/vanitas que exortam à angústia diante da transitoriedade da vida; 4) imagens da animalidade devorante que exprimem simbolicamente as faces do diabo, da angústia da morte e do Julgamento. Como representações imagético-simbólicas do imaginário ouro-pretano, a hermenêutica semântico-simbólica evidenciou: 1) imagens análogas aos quatro tipos de representações da morte que se abstraiu da iconografia barroca; 2) a obsessiva representação de uma cidade espacialmente sitiada, dominada e subjugada pelas torres das igrejas ouropretanas; 3) a memória da iconografia macabra/vanitas e a memória do Purgatório como estruturantes das narrativas míticas sobre fantasmas e almas penadas, as mais populares do imaginário ouro-pretano. Conclui-se que o espaço barroco das igrejas de Ouro Preto é um agente gerador de cultura que arregimenta, rege e governa as representações imagéticosimbólicas do imaginário ouro-pretano, conservando e re-transmitindo heranças da memória barroca. Sugere-se daí uma função educativa do espaço interno/iconográfico e externo/arquitetônico das igrejas de Ouro Preto que, ao preservar e revisitar a memória barroca da cultura, educa o imaginário ouro-pretano. |