Associação entre o nível de mobilidade e funcionalidade com o sucesso da decanulação em pacientes adultos hospitalizados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Michelly Morais de [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/69560
Resumo: Introdução: As traqueostomias são realizadas nas unidades de terapia intensiva (UTI), comumente associadas ao desmame ventilatório prolongado. O processo para retirada da cânula de traqueostomia (TQT) é conhecido como decanulação. Esperase que os pacientes sejam decanulados, exceto nos casos em que a TQT seja permanente. Objetivos: Acompanhar, de modo longitudinal, os pacientes que realizaram traqueostomia na UTI e compará-los de acordo com a realização ou não da decanulação no hospital; descrever as características clínicas, demográficas e funcionais desses pacientes. Método: Estudo de coorte prospectivo com início do seguimento na data da realização da traqueostomia e finalização na alta hospitalar. Foram incluídos pacientes adultos que realizaram TQT nas unidades de terapia intensiva. Os pacientes foram comparados de acordo com a realização ou não da decanulação (grupo decanulado e não decanulado). As variáveis do estudo incluíram as características demográficas, clínicas e funcionais. Para análise descritiva as variáveis categóricas foram resumidas pelas frequências absolutas e relativas e as variáveis numéricas pela média, desvio-padrão ou mediana e intervalo interquartil. Resultados: Foram realizadas 54 traqueostomias, das quais 23 excluídas por não atenderem os critérios de inclusão, e 31 incluídas na análise desta pesquisa. Durante o período da pesquisa, ocorreram 21 óbitos antes da decanulação e um óbito após a decanulação. Outro paciente recebeu alta com traqueostomia metálica. Ao final, foram decanulados nove participantes. Em nossa amostra, o sexo masculino demonstrou-se prevalente em ambos os grupos. O grupo decanulado se caracteriza por idosos, de perfil clínico, com média (DP) de SAPSIII de 72 (5) e índice de Charlson menor que o grupo não decanulado. O principal diagnóstico foi o respiratório e o motivo da intubação mais comum a insuficiência respiratória aguda (IRpA). Em relação a funcionalidade, o grupo decanulado apresentou melhores resultados em: escore Perme da alta da UTI, escala de mobilidade da alta da UTI e medida de independência funcional da admissão da enfermaria. Conclusão: o perfil dos pacientes traqueostomizados em UTI são predominantemente idosos, do sexo masculino, de perfil clínico, graves e com muitas comorbidades. Além disso, nota-se que o principal diagnóstico admissional foi o respiratório para o grupo decanulado com a insuficiência respiratória aguda sendo o principal motivo de intubação, dados condizentes a outros estudos da literatura. Do ponto de vista funcional percebemos considerável comprometimento na mobilidade em ambos os grupos, contudo notamos que para o grupo decanulado os escores nas escalas de funcionalidade e mobilidade seja na UTI ou na enfermaria mostraram-se maiores, embora em nossa amostra não seja possível afirmar que a decanulação seja fator determinante para melhores escores de funcionalidade