Organização do trabalho no cuidado à pessoa com transtorno do espectro autista nos centros especializados em reabilitação da cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Hirakawa, Ana Paula Ribeiro [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.unifesp.br/handle/11600/66679
Resumo: O Centro Especializado em Reabilitação (CER) é uma política pública que garante serviços especializados para as pessoas com deficiência no Sistema Único de Saúde. O CER faz parte de uma rede de serviços que atua de maneira multiprofissional para o atendimento da população com demanda de reabilitação física, auditiva, intelectual e visual. Em 2012 foi instituída a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) que, para fins legais, insere o TEA como uma deficiência. A prevalência de TEA na população geral é uma a cada 44 pessoas. Essa mudança desencadeou a necessidade de uma reorganização dos serviços e de preparo profissional para o acolhimento e atendimento apropriado às pessoas com TEA. Tem-se como questões norteadoras: Qual o preparo que a equipe de saúde possui para intervir com as pessoas com TEA?; Como tem ocorrido o processo formativo dos profissionais da equipe para intervir nos casos de TEA no CER?; Quais as possibilidades e desafios no cuidado às pessoas com TEA? O objetivo foi compreender o preparo da equipe de saúde que atua na atenção à pessoa com Transtorno do Espectro Autista nos Centros Especializados em Reabilitação da cidade São Paulo. O estudo de abordagem mista quali-quanti, transversal e descritivo foi realizado com profissionais das equipes dos CER que atendem a pessoa com autismo na cidade de São Paulo. Na primeira etapa da pesquisa 79 profissionais completaram a Escala de Clima na Equipe (SILVA, 2014) adicionado de itens de caracterização. Posteriormente, foram realizadas 14 entrevistas com os profissionais que registraram o interesse no termo de consentimento. A entrevista de aprofundamento foi composta por uma amostra intencional constituída progressivamente por um profissional de cada CER Regional, respeitando-se a diversidade de áreas, até que se obteve o caráter de saturação. A Escala de Clima na Equipe foi avaliada pelos escores de cada parte. O Total geral foi calculado pela média das partes: Participação na equipe; Apoio para ideias novas; Objetivos da equipe; e, Orientação para as tarefas. A análise qualitativa foi realizada por meio da técnica de análise de conteúdo, na modalidade temática. Os resultados mostram que na Escala de Clima em Equipe a média de três das quatro partes da escala ficou acima de 50%, destacando-se a parte 1 com 67,05 de média seguida da parte 3 com 65,04 de média. Em relação aos dados qualitativos, a análise das entrevistas trouxe as seguintes categorias: Organização do trabalho da/na equipe; Organização do CER para o atendimento do TEA; Processos de formação para o atendimento de TEA; e, Gestão do trabalho e da rede de atendimento à pessoa com TEA. Nas entrevistas podemos observar a importância do atendimento compartilhado e as aprendizagens de uns com os outros na equipe. Entretanto, apontam a ausência de discussões sistemáticas relacionadas às ações e resultados das intervenções, assim como para o planejamento de novas para maior efetividade no cuidado e fortalecer a relação entre educação e saúde.